O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes prorrogou por mais 60 dias o inquérito contra o deputado federal licenciado Eduardo Bolsonaro (PL-SP) que investiga a atuação dele contra autoridades brasileiras nos Estados Unidos. A decisão é de segunda-feira (7) e atende pedido da Polícia Federal (PF).
“Considerando a necessidade de prosseguimento das investigações, com a realização de diligências ainda pendentes, prorrogo a presente investigação por mais 60 dias”, escreveu Moraes. A PF investiga o filho do ex-presidente Bolsonaro por coação no curso do processo, obstrução de infração penal que envolva organização criminosa e abolição violenta do Estado Democrático de Direito.
A Procuradoria-Geral da República (PGR) pediu a abertura do inquérito em maio. Conforme o procurador-geral da República, Paulo Gonet, há indícios de que o parlamentar cometeu o crime de coação no curso do processo.
Gonet reuniu uma série de declarações públicas feitas por Eduardo Bolsonaro, nas quais ele sugere que pressionaria autoridades estrangeiras caso o STF avançasse no julgamento de seu pai pela tentativa de golpe após a derrota nas eleições de 2022.
Em uma das manifestações citadas, Eduardo afirmou que, se houvesse punição a Jair Bolsonaro, ele atuaria diretamente nos Estados Unidos para estimular sanções contra autoridades brasileiras — com ênfase em Moraes. A postura foi vista por integrantes da Corte como tentativa de intimidação.
A iniciativa de Gonet gerou reações de apoio a Moraes dentro do Supremo, inclusive entre ministros indicados por Jair Bolsonaro.