Ex-atleta é acusada de agredir Max Ângelo dos Santos e Viviane Maria de Souza em São Conrado, em abril de 2023
A 40ª Vara Criminal do Rio de Janeiro condenou a ex-jogadora de vôlei e nutricionista Sandra Mathias Correia de Sá a quatro anos e quatro meses de detenção por racismo, injúria racial e lesão corporal, nesta semana. A ex-atleta é acusada de agredir os entregadores Max Ângelo dos Santos e Viviane Maria de Souza em São Conrado, na Zona Sul do Rio, em abril de 2023.
“Observa-se dos autos que a ré proferiu contra a vítima Max os termos ‘preto de favela’, ‘favelado’, ‘lixo de favela’ e ‘marginal’, revelando muito mais do que insultos isolados, escancarando um mecanismo estrutural onde a cor da pele é automaticamente vinculada à pobreza e à exclusão social”, argumentou o Juiz Bruno Arthur Manfrenatti, na decisão. A pena deverá ser cumprida no regime aberto, conforme a Justiça, uma vez que Sandra não tinha antecedentes criminais. Ainda cabe recurso.
Advogado das vítimas, Joab Gama disse que a defesa “recebe a publicação da sentença condenatória com a sensação de dever cumprido, mas, ciente de que a batalha ainda não acabou. Primeiro porque ainda cabe recurso de apelação e demais manobras jurídicas a tribunais superiores, benesse que possibilita a pessoas financeiramente poderosas recorrem por tempo indeterminado”.
“Toda a humilhação e consequências dessa ação criminosa ainda não foram reparadas na esfera cível que dever ter, ao afinal, uma condenação tão contundente quanto. Como dito inicialmente, a batalha continua e só com o trânsito em julgado de ambas as esferas, criminal e cível, a justiça de fato terá sido personificada”, continuou.
Sobre o caso, Sandra foi filmada ao agredir dois entregadores, em São Conrado, após vê-los de moto na calçada. Ela retirou a coleira de um cachorro para bater em Max Ângelo e ainda mordeu a perna da entregadora Viviane Maria de Souza. “Você não está na favela. Você está aqui. Quem paga o IPTU aqui sou eu”, disse em determinado momento.
Em outra ocasião, conforme Max, ela teria xingado ele de “marginal”, “preto” e “favelado” e dito que São Conrado não era lugar para ele.
