
Despesa com supersalários de juízes cresce 49,3%
Custos com magistrados chegaram a R$ 10,5 bilhões em 2024
Custos com magistrados chegaram a R$ 10,5 bilhões em 2024
A despesa com os supersalários de juízes chegou a R$ 10,5 bilhões em 2024. Isso representa um aumento de 49,3% no custo com os magistrados. O levantamento é do Movimento Pessoas à Frente e foi divulgado nesta terça-feira (1º). “A pesquisa ‘A corrida além do teto’ mostra que o valor passou de R$ 7 bilhões em 2023 para R$ 10,5 bilhões em 2024, considerando-se apenas magistrados”, diz trecho do levantamento.
Conforme a pesquisa, o rendimento líquido dos magistrados cresceu 21,95% no período. Em 2023, a média era R$ 45.050,50, indo para R$ 54.941,80 em 2024. E, neste ano, o crescimento se manteve nos primeiros meses. Em fevereiro, alcançou R$ 66.431,76.
“Os aumentos foram potencializados e cresceram em uma velocidade acima da média por conta de auxílios e benefícios, entre eles os chamados ‘penduricalhos’, que são os pagamentos de feitos aos profissionais do setor público por meio de verbas indenizatórias classificadas de forma indevida.” Com isso, é possível ultrapassar o teto constitucional (atualmente, R$ 46.366,19), deixando de pagar obrigações como o Imposto de Renda.
O estudo mostra, também, que os subsídios recebidos pelos magistrados já representam mais de 43,67% dos rendimentos líquidos recebidos. Para a diretora-executiva do Movimento Pessoas à Frente, Jessika Moreira, os supersalários prejudicam o País há anos. “Desde a Constituição Federal de 1988, o país tenta estabelecer limites máximos para a remuneração no setor público brasileiro. Ao longo desses quase 40 anos, foram realizadas quatro tentativas por meio de leis, porém sem sucesso.”
Ainda segundo ela, “não podemos esperar mais 40 anos para finalmente resolver esse desafio estrutural dos supersalários no Brasil. Se considerarmos o aumento que foi identificado entre 2023 e 2024, de 49,3%, em apenas dois anos, esse valor terá dobrado”.
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