
Um relatório divulgado pela Oxfam em 26 de junho de 2025 revela que a riqueza acumulada pelo 1% mais rico do planeta aumentou em impressionantes US$ 33,9 trilhões entre 2015 e 2022/23 — valor que poderia erradicar a pobreza global 22 vezes. Esses bilionários, cerca de 3.000 pessoas, aposentaram US$ 6,5 trilhões nesse período, passando a deter 14,6% do PIB mundial.
Em contraste, aproximadamente 3,7 bilhões de pessoas vivem com menos de US$ 8,30 por dia — juntas, detêm apenas 2,4% da riqueza global (aproximadamente US$ 13,3 trilhões).
O relatório destaca que entre 1995 e 2023 a riqueza privada global cresceu US$ 342 trilhões, enquanto a riqueza pública (governamental) avançou somente US$ 44 trilhões, sinalizando um descompasso estrutural entre prosperidade privada e investimento público.
A organização acusa modelos que privilegiam financiamento privado — como parcerias público-privadas e empréstimos atrelados ao lucro — de fracassarem em combater a pobreza, criticando o que chama de “consenso de Wall Street” . Além disso, credores privados agravam a crise da dívida nos países em desenvolvimento, ao cobrar juros altos e impor condições severas que consomem parcelas significativas dos orçamentos públicos.
O relatório também alerta sobre diminuições significativas na ajuda internacional. Os países do G7, que respondem por 75% da assistência oficial, anunciaram cortes de 28% até 2026 em comparação a 2024, o que pode agravar crises de saúde pública como a do HIV/Aids, cujos efeitos podem ser catastróficos — estimativas apontam até 2,9 milhões de mortes adicionais até 2030.
Em resposta, uma pesquisa conjunta da Oxfam e Greenpeace revelou que 9 em cada 10 pessoas apoiam financiar serviços públicos e ações climáticas por meio de tributos sobre os mais ricos. A Oxfam defende medidas como:
A Oxfam ressalta que, embora o mundo esteja extremamente rico, os governos seguem sem recursos para concluir os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS). Apenas 16% das metas estão no caminho certo para serem alcançadas até 2030