Moradores do Morro da Oficina relataram cenas de terror durante a forte chuva que atingiu o local. Priscila Martins, de 36 anos, que mora há mais de três décadas na região, diz que nunca havia presenciado nada semelhante.
“Parecia um terremoto”, relatou, afirmando que duas ex-alunas, ambas de 16 anos, desapareceram. “Já sei que a filhinha de uma amiga morreu, ainda tem minhas ex-alunas soterradas.”
Cerca de 400 bombeiros trabalham na região ao lado de moradores, que atuam como voluntários e ajudam nas escavações. Há registro de mais de 100 pessoas mortas. Oito são crianças.
O centro da cidade, hoje, não tem seu charme costumeiro, com árvores ao longo dos rasos rios e pontes vermelhas por todos os cantos. Depois do forte temporal, o bairro teve suas praças, como a da Águia, em frente à Câmara dos Vereadores, cobertas por lama.
Em frente ao Museu Imperial, antigo palácio de verão de dom Pedro II, carros batidos em diversas direções foram levados pelas chuvas. Nos rios, incontáveis veículos precisaram ser removidos na tarde de quarta-feira (16/2).
Na Casa da Princesa Isabel, muros com grades tombaram e um veículo avançou pelo extenso gramado.
O monumento do Obelisco, na Rua do Imperador, também foi atingido. A famosa Rua 16 de Março, conhecida pelas lojas, foi bastante prejudicada, assim como a Rua Teresa, o polo comercial de roupas da cidade. Nos dois locais, comerciantes perderam toda ou quase toda a mercadoria de seus estabelecimentos.
A expectativa é que o cenário desolador continue, devido à possibilidade de mais chuvas para os próximos dias. Para esta quinta-feira, estão previstas pancadas moderadas de chuva a ocasionalmente fortes a partir da tarde.
Na sexta-feira (18), o cenário é ainda mais preocupante: pancadas fortes de chuva a ocasionalmente muito fortes a partir da tarde. Na terça, em três das seis horas de chuva, o volume já superava a previsão para todo o mês de fevereiro.