
Governo culpa Haddad por Motta pautar derrubada do IOF
Interlocutores acreditam que houve reação às críticas do ministro ao projeto de lei que aumenta o número de deputados de 513 para 531 em entrevista à TV Record
Interlocutores acreditam que houve reação às críticas do ministro ao projeto de lei que aumenta o número de deputados de 513 para 531 em entrevista à TV Record
Integrantes da Secretaria de Relações Institucionais, pasta comandada por Gleisi Hoffmann e que cuida da articulação política do governo, culpam o ministro da Fazenda, Fernando Haddad (PT), pelo presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB), pautar para esta quarta-feira (25) a votação do projeto que revoga o decreto do governo que aumenta o Imposto sobre Operações Financeiras (IOF). A informação é do Metrópoles.
Eles atribuem a medida a uma entrevista do petista à TV Record, na noite de terça-feira (24). Nela, o ministro disse que “nenhum aumento de gasto é bem-vindo”, ao criticar o projeto de lei que aumenta o número de deputados de 513 para 531. A proposta será votada no Senado nesta quarta-feira. Auxiliares de Gleisi disseram que Haddad deveria “ser bombeiro, não incendiário”.
À Coluna de Igor Gadelha, Fernando Haddad afirmou que “não faz sentido” relacionar a entrevista dele à decisão de Motta. “Falei que não devíamos contratar novos gastos com a Selic a 15% (ao ano). Nenhum”, disse.
Líder do PT na Câmara, Lindbergh Farias (RJ) disse que foi surpreendido com a pauta. “Como deputado e líder do PT, fui surpreendido com a divulgação da pauta de votações de amanhã [quarta-feira]. Entre os temas a serem apreciados, está o PDL que anula o decreto do IOF. Em sessão virtual? Esse é um assunto sério demais para o País”, publicou no X.
O governo esperava que a proposta só entrasse na pauta em meados de julho, uma vez que a Câmara está esvaziada devido às festas de São João. Nesse período de “recesso informal”, muitos políticos do Norte e Nordeste voltam às suas bases.
Vale lembrar que, em 16 de junho, a Câmara dos Deputados aprovou por 346 votos a 97 o requerimento de urgência do projeto de decreto legislativo (PDL) para revogar o decreto do governo que aumenta o IOF. Com isso, o texto pode ir a plenário a qualquer momento.
Haddad havia articulado a medida para evitar novas restrições no Orçamento de 2025 e melhorar a arrecadação. Hugo Motta chegou a se reunir com o petista para tratar do decreto. À época, ele sinalizou positivamente, mas em menos de 24h recuou e se posicionou contra o governo.
O IOF é um tributo federal pago por pessoas físicas e jurídicas que incide sobre diversas operações financeiras realizadas no Brasil. Conforme o site SPC Brasil, “ele é cobrado em transações de crédito, câmbio, seguros, investimentos, operações relativas a títulos e valores imobiliários”.