Herdeiros de Tarsila do Amaral se dividem em nova fase da disputa por espólio da pintora

A disputa familiar pelo espólio de Tarsila do Amaral entrou em uma nova fase, marcada por divisões entre os herdeiros. Em uma recente assembleia, realizada com registro em cartório, 35 dos 58 herdeiros manifestaram apoio a Tarsilinha do Amaral, sobrinha-neta da artista, para que ela reassuma o controle sobre os direitos autorais ligados ao legado de Tarsila. A decisão inclui a gestão de licenciamentos e a autenticação das obras.

Tarsilinha enfrenta acusações de ter desviado cerca de R$ 2 milhões enquanto esteve à frente da empresa Tarsila do Amaral Licenciamentos e Empreendimentos, responsável pela administração dos direitos autorais. Ela nega as acusações. A situação se agravou após a comercialização, durante a SP-Arte, de uma obra atribuída a Tarsila, considerada falsa por especialistas.

Além dessas questões, os herdeiros também estão divididos sobre o uso da imagem da artista em produtos polêmicos, como itens de vestuário íntimo, e sobre a comercialização de NFTs com base em obras de Tarsila. Como alternativa, a assembleia sugeriu que, caso Tarsilinha retome o controle, três herdeiros passem a administrar os direitos autorais de forma conjunta.

O advogado de Tarsilinha, Arystóbulo Freitas, afirma que a medida tem como objetivo proteger o legado da pintora modernista. Já Solano de Camargo, representante dos atuais gestores dos direitos autorais, considera a assembleia informal e sem validade jurídica.

Em paralelo, a Justiça determinou a reabertura de todos os inventários relacionados à família de Tarsila do Amaral, incluindo de gerações anteriores. O processo pode se estender por anos e provocar mudanças significativas na divisão de poder entre os herdeiros.