“É um grito que exige responsabilidade e razão, e não deve ser sufocado pelo clangor das armas e pelas palavras retóricas que incitam o conflito”
“A humanidade clama e implora por paz”, disse o Papa Leão XIV no domingo (22) ao manifestar preocupação com a escalada do conflito entre Irã e Israel, que foi agravado com bombardeios dos Estados Unidos contra alvos iranianos. “É um grito que exige responsabilidade e razão, e não deve ser sufocado pelo clangor das armas e pelas palavras retóricas que incitam o conflito”, continuou o pontífice.
A fala ocorreu durante a tradicional oração do Angelus, na Praça de São Pedro, no Vaticano. Na ocasião, Leão fez um apelo à comunidade internacional para evitar o agravamento da crise e afirmou que o atual cenário não permite indiferença.
Segundo o religioso, não existem guerras distantes quando o que está em risco é a dignidade humana. No sábado (21), o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, disse que o país fez um “ataque bem-sucedido” contra o Irã.
Segundo ele, “os Estados Unidos fizeram um ataque de alta precisão contra as três principais instalações nucleares do Irã: Fordow, Natanz e Isfahan. Todos guardem esses nomes, porque foi um ataque com o objetivo de destruir a capacidade nuclear iraniana. Para que deixem de ser uma ameaça nuclear e do terror”.
E ainda: “Ou haverá paz, ou haverá tragédia para o Irã. Que cessem os ataques que vimos nos últimos oito dias. Hoje foi o dia mais difícil de todos, e talvez o mais letal. Mas se a paz não vier rápido, nós vamos continuar atacando com precisão e habilidade.”
No domingo, o ministro das Relações Exteriores iraniano, Abbas Araghchi, reagiu. Segundo ele, a “República Islâmica do Irã continuará a defender seu território, sua soberania, sua segurança e seu povo por todos os meios necessários”. Ele ainda declarou [sobre os EUA] que “não há linha vermelha que eles não tenham cruzado. E a última, e mais perigosa, (…) foi ontem à noite. Eles cruzaram uma grande linha vermelha ao atacar instalações nucleares.”
Irã e Israel escalaram o conflito no último dia 12 de junho, quando forças israelenses fizeram o que chamaram de “ataque preventivo” contra o programa nuclear iraniano. Em 14 de junho, o premiê Benjamin Netanyahu afirmou que a ofensiva continuaria e que atacaria todas as bases iranianas.
