
Ministro da Previdência se reuniu com Careca do INSS
Encontro aconteceu no começo do governo Lula, em 2023
Encontro aconteceu no começo do governo Lula, em 2023
O atual ministro da Previdência Social, Wolney Queiroz (PDT), se reuniu com o Careca do INSS, o lobista Antonio Carlos Camilo Antunes, no começo de 2023, dentro do ministério. Além dos dois, participaram outros três ex-dirigentes do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) investigados por supostamente receber propina para favorecer entidades envolvidas nas fraudes dos descontos indevidos contra aposentados.
A informação foi revelada pelo Metrópoles nesta terça-feira (3). Wolney, que à época era deputado e tinha sido indicado para secretário executivo da pasta, disse ao portal que “a agenda foi organizada e conduzida” por Virgílio Oliveira Filho (investigado), “com o intuito de apresentar ao futuro secretário executivo um panorama técnico da pasta no âmbito do processo de transição”. Conforme a nota, o grupo foi montado por ele “sem anuência prévia de Wolney sobre os participantes”.
No Senado, para prestar esclarecimentos em 15 de maio, Wolney disse ao senador Sergio Moro (União-PR) não ter lembrança de conhecer o Careca do INSS, assim como os empresários Danilo Trento e Maurício Camisotti – este último é investigado como “beneficiário final” das fraudes. “Olha, eu posso ter, eventualmente, me encontrado com alguns deles, não me lembro de tê-los recebido, mas eventualmente posso ter recebido. O nosso ministério recebe dezenas de pessoas, e eu não tenho nenhuma lembrança de conhecê-los, nem tenho nenhuma relação com eles. Relação com eles, de certeza, eu posso garantir que não tenho qualquer relação”, respondeu à época.
Os descontos indevidos sobre os benefícios previdenciários no escândalo do INSS são estimados em R$ 6,3 bilhões, entre 2019 e 2024. O então ministro da Previdência Social, Carlos Lupi (PDT), deixou o cargo após a operação.
Bloqueio de bens
Na segunda-feira (2), juíza Luciana Raquel Tolentino de Moura, da 7ª Vara Federal do Distrito Federal, atendeu a um pedido da Advocacia-Geral União (AGU) e determinou o bloqueio de R$ 23,8 milhões em bens de investigados por participação nas fraudes do INSS. Esta decisão impacta ativos financeiros e os bens de 60 investigados para garantir a reparação de prejuízos a aposentados e pensionistas.