
O ministro Cristiano Zanin (foto), do Supremo Tribunal Federal (STF), negou o pedido da Polícia Federal para prender e afastar do cargo o prefeito de Palmas, Eduardo Siqueira Campos (Podemos). O prefeito é suspeito de envolvimento em um esquema de vazamento de informações sigilosas de investigações que tramitam no Superior Tribunal de Justiça (STJ). Zanin autorizou, porém, mandados de busca e apreensão, determinou o recolhimento do passaporte do mandatário e o proibiu de manter contato com outros investigados.
A medida faz parte da 9ª fase da Operação Sisamnes, que apura a venda de sentenças e vazamentos de informações dentro do STJ e do Tribunal de Justiça do Mato Grosso.
As buscas foram feitas nesta sexta-feira, 30, em três endereços em Palmas, incluindo a casa de Campos, a sede da prefeitura e o presídio onde está detido o advogado Thiago Marcos Barbosa de Carvalho, sobrinho do governador do Tocantins, Wanderlei Barbosa (Republicanos).
Segundo a PF, Campos teria tido acesso antecipado a informações sobre operações policiais e discutido o avanço de inquéritos sob sigilo.
As investigações indicam que as informações eram repassadas por um advogado de Brasília, identificado como Michelangelo Cervi Corsetti, também alvo de medidas cautelares. A PF não localizou Corsetti. O advogado e o prefeito estão proibidos de deixar o país e de manter contato com os demais alvos.
A operação desta sexta-feira é um desdobramento de fase anterior realizada em março, quando Thiago Barbosa foi preso. Ele atuou como assessor do procurador de Justiça Ricardo Vicente da Silva, do Ministério Público do Tocantins, e, segundo a PF, pode ter recebido privilégios no presídio. Foram apreendidos documentos na cela onde está detido.