Brasil, 29 de maio de 2025
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Marina Silva abandona audência falas machistas de senadores: “eu me senti agredida

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A ministra do Meio Ambiente Marina Silva, afirmou que se sentiu “agredida” durante sua participação em uma audiência pública na Comissão de Infraestrutura do Senado, nesta terça-feira, 27. 

“Eu me senti agredida fazendo o meu trabalho. Fui chamada para mostrar, tecnicamente, que as unidades de conservação propostas para o Amapá não afetam os empreendimentos”, declarou Marina, em entrevista à imprensa, após deixar a sessão.

A ministra abandonou a audiência após uma série de embates com senadores. Durante o encontro, Marina chegou a ser interrompida e impedida de concluir sua fala, o que a levou a se queixar do tratamento recebido. Em determinado momento, o senador Marcos Rogério (PL-RO) disse que a ministra tinha que “se pôr no seu lugar”. 

“Eu não posso aceitar que digressões possam ser feitas de forma desrespeitosa com o trabalho do Ministério do Meio Ambiente, com o trabalho que minha equipe faz de forma técnica, com compromisso ético. E muito menos que alguém venha me dizer que eu tenho que me colocar no meu lugar”, comentou a ministra sobre a fala. 

Na sequência, o senador Plínio Valério (PSDB-AM), que já havia feito declarações polêmicas em relação à ministra, quando afirmou que tinha “vontade de enforcá-la”, também se envolveu em embate. 

“Eu não estou falando com a mulher. Eu tô falando com a ministra”, disse ao iniciar sua fala. Marina, por sua vez, disse: “Eu sou as duas coisas. O senhor está falando com as duas coisas”. Nesse momento, o senador declarou: “Porque a mulher merece respeito, a ministra, não”.

Com isso, Silva demandou que o senador se desculpasse pela fala e, caso se recusasse, ela deixaria o plenário. Como Valério não se desculpou, a ministra se retirou.

“Eu não fui convidada lá por ser mulher, fui convidada por ser ministra. […] Obviamente, me retirei da audiência. Mas estou aberta ao diálogo.”