Brasil, 14 de maio de 2025
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Fazendeiros dizem que ‘revolução verde’ prometida pela JBS é balela para inglês ver

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Para pecuaristas que fornecem gado para a JBS, a “revolução verde” anunciada pela empresa é mera retórica. Ou, nas palavras deles, é balela “para inglês ver”. ⁠

Produtores rurais relatam que a promessa da companhia de eliminar o desmatamento da sua cadeia produtiva até o fim deste ano está distante do que realmente acontece no campo. ⁠

Em uma parceria entre a Repórter Brasil, o jornal britânico @guardian e a Unearthed, braço de jornalismo investigativo do @greenpeacebrasil, ouviram mais de fazendeiros e profissionais do setor em três viagens pelas principais regiões onde a JBS compra bois na Amazônia. Na lista de entrevistados estão pecuaristas e líderes de associações de produtores de gado que representam milhares de fazendas dos estados de Pará e Rondônia.⁠

Com naturalidade, muitos deles descrevem esquemas para burlar os controles. Alguns afirmam que a empresa faz vista grossa para esses arranjos. E a grande maioria não acredita que a JBS vá cumprir seu principal compromisso ambiental: limpar o desmatamento de sua cadeia de fornecedores. Para isso, seria necessário cortar todos os fornecedores diretos ou indiretos que desmatam. O prazo fixado pela própria empresa é dezembro de 2025.⁠

A JBS alardeia essa pretensão enquanto traça um plano ambicioso: entrar na listagem da Bolsa de Nova York. A medida deve ampliar o número de investidores e engordar ainda mais o seu faturamento, que bateu R$ 416 bilhões em 2024. Mas gera uma onda de críticas, dentro e fora dos Estados Unidos, pelo receio de acelerar o desmatamento na Amazônia.⁠