
A crise no PSDB se agrava com a saída de lideranças expressivas e o enfraquecimento das articulações nacionais do partido. Com isso, o ex-governador de Goiás, Marconi Perillo, presidente nacional da sigla, torna-se coveiro da legenda tucana.
Segundo reportagem do jornal O Globo deste domingo (11), a filiação de Eduardo Leite ao PSD, confirmada na última sexta-feira (10), somada à adesão da governadora de Pernambuco, Raquel Lyra, à mesma legenda em março, configura uma debandada que deve culminar com a saída de seu único governador restante: Eduardo Riedel, do Mato Grosso do Sul.
Discreto, Riedel vem sendo cortejado tanto pelo PSD quanto pelo PL. O presidente nacional do PSD, Gilberto Kassab, já o convidou, nos bastidores, a ingressar no partido. Do outro lado, dirigentes do Partido Liberal marcaram uma reunião com o governador para o próximo dia 21. A expectativa é de que o presidente do PL, Valdemar Costa Neto, participe do encontro. Por ora, no entanto, Riedel mantém cautela e não sinaliza decisão imediata.
No Rio Grande do Sul, a filiação de Eduardo Leite ao PSD pode provocar o esvaziamento completo do PSDB local. O grupo político que o acompanha — que inclui cerca de 30 prefeitos — já foi encorajado pelo ex-tucano a seguir o mesmo caminho.
Em entrevista concedida à Rádio Cultura, o vice-prefeito de Erechim, Flávio Tirello (PSDB), afirmou: “É importante salientar que é um movimento coletivo, de todo o PSDB gaúcho e de todas as nossas lideranças. A única brincadeira é que nosso presidente municipal, Wallace Soares, diz que vai ficar só para apagar a luz e fechar a porta. Na hora que fizermos um movimento de saída, faremos todos juntos.”
Diante desse cenário, o PSDB vê ruir as últimas estruturas que sustentavam seu protagonismo político nacional. A sigla, que já presidiu o país por oito anos e governou estados estratégicos como São Paulo, Minas Gerais e Rio Grande do Sul, agora caminha aceleradamente para desaparecer do mapa dos executivos estaduais — e, com ele, da centralidade no debate político brasileiro.