
Gleisi Hoffmann (PT), ministra-chefe da Secretaria de Relações Institucionais do governo Lula (PT), registrou na segunda-feira, 5, uma queixa-crime contra o deputado Gilvan da Federal (PL-ES), que a chamou de “prostituta do caramba”, no STF (Supremo Tribunal Federal).
Na petição, obtida pela IstoÉ, a defesa da petista considera que o parlamentar cometeu difamação e injúria — com os agravantes de misoginia e violência política de gênero — contra Gleisi e pede R$ 30 mil em indenização por danos morais.
Em 29 de abril, durante sessão na Câmara, Gilvan afirmou que “na Odebrecht, existia uma planilha de pagamento para políticos. Eu citei aqui o nome de Lindinho, de amante, que deve ser uma prostituta do caramba, aí teve um deputado aqui que se revoltou. Ou seja, a carapuça serviu”.
Segundo os advogados de Gleisi, o discurso foi proferido fora do desempenho e do contexto da função legislativa e extrapolou a imunidade parlamentar e a liberdade de expressão.
O deputado do partido de Jair Bolsonaro fazia referência a chamada “lista da Odebrecht”, relacionada à Operação Lava Jato, em 2016. Nessa “super planilha”, o nome de Gleisi aparecia entre os de 279 políticos de 22 partidos, sob a suspeita de ter recebido repasses ilegais da construtora, sob a alcunha de “amante”.
Dias antes, em discussão na Comissão de Segurança Pública sobre um projeto para desarmar a segurança da Presidência da República, Gilvan afirmou desejar a morte de Lula, o que gerou um conflito com Lindbergh Farias (PT-RJ), que tem um relacionamento com Gleisi.
“Por mim, eu quero mais é que o Lula morra. Eu quero que ele vá para o ‘quinto dos inferno’ (sic). É um direito meu”, disse o deputado federal. “Nem o diabo quer o Lula. É por isso que ele está vivendo aí. Superou o câncer… Tomara que tenha um ‘ataque cardíaco’. Porque nem o diabo quer essa desgraça desse presidente que está afundando nosso País. E eu quero mais é que ele morra mesmo. Que andem desarmados. Não quer desarmar cidadão de bem? Que ele ande com seus seguranças desarmados”, afirmou Gilvan.
Após a repercussão negativa e pedidos de investigação sobre a conduta do parlamentar, ele pediu desculpas.
Além da representação judicial, Gleisi também busca uma punição Legislativa ao político pelas afirmações e moveu uma ação no Conselho de Ética da Câmara, que foi aceita por Hugo Motta (Republicanos-PB), presidente da Casa, acusando Gilvan de quebra de decoro parlamentar.