
O ministro da Previdência Social, Carlos Lupi, anunciou sua demissão nesta sexta-feira (2), em meio às investigações da Polícia Federal sobre fraudes no Instituto Nacional do Seguro Social (INSS). A saída de Lupi levanta incertezas sobre a permanência do PDT na base aliada do governo Lula. Uma ala do partido defende que a sigla adote uma postura de independência em relação ao Palácio do Planalto.
“Entrego, na tarde desta sexta-feira (02), a função de Ministro da Previdência Social ao Presidente Lula, a quem agradeço pela confiança e pela oportunidade”, declarou Lupi em uma rede social.
As investigações indicam que, entre 2019 e 2024, entidades ligadas ao INSS desviaram R$ 6,3 bilhões por meio de descontos não autorizados nas aposentadorias e pensões. Embora Lupi não seja formalmente investigado, o escândalo gerou forte pressão política.
Segundo a Polícia Federal, associações e sindicatos firmaram Acordos de Cooperação Técnica (ACTs) com o INSS, o que lhes permitiu aplicar descontos diretamente na folha de pagamento de beneficiários — muitas vezes sem o consentimento dos mesmos.
A Controladoria-Geral da União (CGU) também apura o caso. Uma auditoria realizada entre 17 de abril e 4 de julho de 2024, com visitas a todos os estados e ao Distrito Federal, revelou indícios de irregularidades em larga escala. Dos 1.273 beneficiários entrevistados, 1.242 (97,6%) afirmaram não ter autorizado os descontos, e 1.221 (95,9%) disseram sequer ser filiados a qualquer entidade, sugerindo que os descontos foram indevidos.
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