
No especial que celebrou os 60 anos da TV Globo, foi anotada uma grande ausência: a de José Bonifácio de Oliveira Sobrinho, o Boni.
A emissora decidiu ignorar solenemente a figura que, depois da família Marinho, foi quem mais contribuiu para construir a identidade da Globo como a conhecemos. E mais do que isso — foi o arquiteto do chamado “Padrão Globo de Qualidade”.
Ignorar Boni é mais do que uma omissão; é uma mutilação da própria história televisiva não só do canal, mas da televisão brasileira.
Boni não está recluso, não está doente, tampouco indisponível. Lançou recentemente mais um livro, O Lado B do Boni, e segue ativo nos bastidores e no pensamento sobre mídia e televisão, inclusive com vídeos rotineiras em seu instagram.
Não havia desculpa plausível para excluí-lo de uma celebração que, se fosse justa, teria no mínimo dedicado um capítulo inteiro à sua figura. Mas a Globo preferiu seguir em frente como se ele nunca tivesse existido, como se seu legado não estivesse entranhado em cada vinheta, cada enquadramento, cada formato consagrado que passou por suas mãos.