
O governador de Goiás, Ronaldo Caiado (União Brasil), acusou nesta terça-feira (22) o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) de promover uma retaliação política contra sua candidatura ao Palácio do Planalto. A reação veio após a divulgação de um relatório do Ministério da Justiça que aponta suspeitas de envolvimento de 163 postos de combustíveis em Goiás com o crime organizado.
Para Caiado, os números são inflados e usados de forma “irresponsável” para desgastar sua imagem em razão da pré-candidatura à presidência da República. “O Ministério da Justiça estava utilizando de fake news para inventar dados infundados que colocam Goiás com 163 postos comprometidos com facções. Temos 26 postos investigados, dos quais 22 por problemas de sonegação fiscal e apenas 4 realmente por uma possível conexão com organização criminosa”, declarou o governador, segundo informações do jornal Folha de S. Paulo.
O relatório foi produzido pelo Núcleo Estratégico de Combate ao Crime Organizado, ligado ao Ministério da Justiça, e aponta Goiás como o segundo estado com mais estabelecimentos suspeitos, atrás apenas de São Paulo. O governador afirma que os dados não foram discutidos com o estado nem têm embasamento oficial.
“Como é que se chegou a esse dado, qual a fonte? Ninguém encaminhou a mim ou ao secretário de esses números de segurança”, disse Caiado.
Caiado também criticou a Proposta de Emenda Constitucional (PEC) da segurança pública defendida pelo governo federal, que, segundo ele, enfraquece a autonomia dos estados. “Sou o cidadão que mais fala desse assunto no Brasil. O Sistema Único de Segurança apresentado pela PEC é um estímulo total ao crime em nosso país. Sou o único governador que denunciou essa tentativa do governo federal de retirar prerrogativas dos estados”, destacou Ronaldo Caiado.
Em campanha pelo Brasil, Caiado vê o episódio como um sinal claro de incômodo com seu projeto político. “Minha candidatura pelo jeito está incomodando muito o ministério. O que me estranhou é que não colocaram Goiás em primeiro lugar”, ironizou o governador.