
Em meio à intensificação da guerra comercial entre Estados Unidos e China, o presidente Donald Trump declarou que cabe a Pequim dar o primeiro passo para retomar as negociações.
A declaração foi feita pela secretária de imprensa da Casa Branca, Karoline Leavitt, durante coletiva nesta terça-feira, 15 de abril. Segundo Leavitt, Trump afirmou: “A bola está com a China. A China precisa fazer um acordo conosco. Nós não precisamos fazer um acordo com eles.”
A tensão aumentou após a China ordenar que suas companhias aéreas suspendessem as entregas de aeronaves da Boeing, em resposta às tarifas de até 145% impostas pelos EUA sobre produtos chineses.
Pequim também instruiu as empresas a não adquirirem peças e equipamentos aeronáuticos de fornecedores americanos. A medida afeta diretamente a Boeing, que considera a China um de seus principais mercados de crescimento.
Em sua plataforma Truth Social, Trump criticou a decisão chinesa, afirmando que o país “acabou de desistir do grande acordo com a Boeing”, referindo-se a contratos firmados durante seu primeiro mandato.
A Casa Branca informou que está negociando com dezenas de outros parceiros comerciais para reduzir barreiras tarifárias, oferecendo em troca alívio nas tarifas mais altas impostas recentemente.
Essas tarifas foram suspensas por 90 dias a partir de 10 de abril para permitir o avanço das negociações. Leavitt destacou que Trump está analisando “pelo menos 15 propostas” e “deseja aprovar pessoalmente todos os acordos”.
Enquanto isso, a China anunciou uma tarifa de 125% sobre todos os produtos americanos a partir de 12 de abril, intensificando o conflito iniciado em 2 de abril, quando Trump impôs uma tarifa de 34% sobre importações chinesas. As tarifas foram elevadas progressivamente por ambos os lados, sem sinais de resolução próxima.
A suspensão das entregas da Boeing pela China representa um golpe significativo para a fabricante americana, que já enfrentava desafios relacionados ao modelo 737 Max. Analistas observam que a rival europeia Airbus pode se beneficiar da situação, já que possui uma presença consolidada no mercado chinês.