
Gigante da producnao de soja e localizado em Marcelândia, no Mato Grosso, o Grupo Martins entrou oficialmente em recuperação judicial após acumular uma dívida de R$ 58,7 milhões.
A medida foi deferida pela juíza Giovana Pasqual de Mello, da 4ª Vara Cível de Sinop, e publicada no Diário da Justiça Eletrônico em 4 de abril. A empresa sofre os efeitos da crise que impacta o agronegócio brasileiro, agravada por questões econômicas e climáticas.
Entre os principais fatores que levaram ao colapso financeiro do grupo estão:
Apesar de esforços administrativos, como a venda de ativos e cortes de despesas, o grupo não conseguiu evitar o agravamento da situação financeira.
Com o deferimento do pedido, todas as ações e execuções contra o Grupo Martins ficam suspensas por 180 dias, conforme previsto na legislação.
A empresa tem um prazo improrrogável de 60 dias para apresentar seu plano de recuperação. Caso não o faça, corre o risco de ter o processo convertido em falência. Durante esse período, os credores podem se manifestar em até 15 dias para habilitar créditos ou contestar os valores apresentados.
Combinação explosiva de fatores impacta agronegócio
O elevado número de pedidos de recuperação judicial no agronegócio brasileiro decorre de uma combinação explosiva de fatores que colocam pressão crescente sobre a saúde financeira das empresas do setor. Entre os principais motivos estão a volatilidade nos preços das commodities, o aumento dos custos com insumos, os impactos das mudanças climáticas nas safras e a elevação das taxas de juros, que encarecem o crédito rural.
Além disso, problemas logísticos, restrições de acesso ao financiamento e instabilidades no mercado internacional, como conflitos geopolíticos, também contribuem para o cenário de incertezas. Em muitos casos, mesmo produtores com boa capacidade operacional enfrentam desequilíbrios de caixa que os levam a buscar proteção legal para evitar a falência e tentar reestruturar suas dívidas.