
A empresa responsável pelo Navio Cabaré, a Nova Geração Eventos, conhecida como Promoação, foi condenada a pagar R$ 250 mil por dano moral coletivo. A pena foi aplicada após denúncias de assédio sexual envolvendo quatro jovens contratadas para trabalhar como modelos no cruzeiro, cuja atração principal é o cantor Leonardo.
A empresa pagará o valor ao Fundo de Defesa de Direitos Difusos (FDD) como parte de um Termo de Ajuste de Conduta (TAC) que foi firmado com o Ministério Público do Trabalho do Rio de Janeiro (MPT-RJ).
As vítimas, com idades entre 18 e 21 anos, relataram que foram contratadas para o evento e, ao embarcarem no navio MSC Preciosa, foram submetidas a situações de assédio sexual. Segundo os depoimentos, além de serem constantemente vigiadas, as jovens tiveram toda forma de comunicação bloqueada e suspeitaram de que substâncias ilícitas estavam sendo colocadas nas bebidas oferecidas a elas.
O caso veio à tona quando uma das vítimas conseguiu ter acesso a um celular e se comunicou com parentes, que acionaram a Polícia Federal. O resgate foi feito quando o navio atracou em Angra dos Reis.
As denunciantes também relataram que o dono da empresa contratante tentou beijar uma delas à força. Apesar de o laudo do exame de corpo de delito não ter detectado substâncias tóxicas nas bebidas, os relatos de assédio foram considerados consistentes pelo MPT-RJ.
Além da multa, o TAC determina que a empresa adote medidas para evitar novas situações de assédio, como a garantia de acesso ilimitado à internet para modelos contratadas durante os eventos em navios e a criação de um canal para denúncias – com a inclusão do número da Polícia Federal nos contratos.
Em nota, a Nova Geração Eventos afirmou que “coopera de forma irrestrita com os órgãos responsáveis pela investigação”. “O Termo de Ajuste de Conduta (TAC) firmado com o Ministério Público do Trabalho do Rio de Janeiro (MPT-RJ) demonstra o compromisso da empresa com a ampliação dos mecanismos de controle ao cumprimento de suas políticas e regulamentos”, concluiu.