Brasil, 02 de abril de 2025
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Política

Caiado diz que não defende impeachment de ministros do STF e se distancia do bolsonarismo

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Em entrevista à coluna do jornalista Paulo Cappelli, do portal Metrópoles, o governador de Goiás e pré-candidato à Presidência da República, Ronaldo Caiado (União Brasil), afirmou que não defenderá o impeachment de ministros do Supremo Tribunal Federal (STF), como Alexandre de Moraes, caso venha a assumir o comando do país. A declaração marca um distanciamento claro de setores bolsonaristas que tornaram esse tema central em suas agendas.

“Se nós continuarmos alimentando isso no Brasil, a quem interessa? A mídia não fala em outra coisa. Faz dois anos e quatro meses que o atual governo não governa, não trabalha. Só fala de 8 de Janeiro, e agora [a oposição] só fala em cassar ministro. A que ponto nós estamos chegando? Você acha que isso é governar o país? Você acha que isso é meta de campanha?”, disparou Caiado, em tom crítico tanto ao governo Lula quanto à oposição liderada por Jair Bolsonaro.

A posição do governador goiano aponta para uma candidatura independente e sinaliza o provável rompimento com a família Bolsonaro no primeiro turno das eleições de 2026. O ex-presidente já deixou claro que só apoiará um nome que defenda abertamente o afastamento de ministros do Supremo.

Caiado também se manifestou contra a retórica bolsonarista de que o país vive uma “ditadura do STF”. Segundo ele, é legítimo que existam descontentamentos, mas não se pode deslegitimar um poder da República. “Tentar rotular um poder, de maneira alguma, como democrata que sou, rotularei. Existe um descontentamento, por parte do ex-presidente [Bolsonaro], em relação à maneira como está sendo conduzido o processo. Mas, até aí, ser dito ‘ditadura’, não acredito que seja uma ditadura. Acho que deverá ser dada a oportunidade de fazer uma ampla defesa”, afirmou.

O governador também criticou o uso político constante da tentativa de golpe de 8 de janeiro de 2023. Para ele, o tema é explorado por Lula para camuflar deficiências de gestão. “O que esse governo fez em dois anos e três meses que não fosse polarizar esse assunto? Ou seja, o Brasil não aguenta mais isso de ser caudatário de todos os países do Brics, um país que deixa a desejar”, afirmou, defendendo anistia para os envolvidos.

O lançamento oficial da pré-candidatura de Ronaldo Caiado está marcado para o dia 4 de abril, em Salvador, com o slogan “Coragem para endireitar o Brasil”. Ao investir no termo “endireitar”, o governador sinaliza que pretende dialogar com o campo conservador, mas busca se diferenciar do discurso beligerante do bolsonarismo.