
O Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central (BC) decidiu, por unanimidade, elevar a Selic, a taxa básica de juros da economia brasileira, de 13,25% para 14,25% ao ano. O anúncio foi feito nesta quarta-feira, 19, após a segunda reunião do colegiado em 2025.
Este é o terceiro aumento consecutivo de 1 ponto percentual (p.p) sobre a taxa e, assim como os anteriores, já era esperado pelo mercado. Com isso, a taxa básica de juros volta ao patamar registrado durante a crise do governo Dilma Rousseff (PT), entre 2015 e 2016, quando ficou por mais de um ano em 14,25%.
O Copom inicia o comunicado sobre a nova alta citando o “cenário externo desafiador”, influenciado principalmente pela nova política econômica do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump. Além disso, analisa a desancoragem prolongada da inflação durante o atual governo petista, do presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
O relatório Focus, divulgado pelo BC na segunda-feira, 17, mostrou ainda que a expectativa do Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), medida oficial da inflação do país, para 2025 está em 5,66%. Apesar de uma discreta redução na projeção do IPCA para este ano, de 5,68% para 5,66%, a inflação está 1,16 ponto porcentual acima do teto da meta, de 4,50%. O centro da meta é de 3%, com tolerância de 1,5 ponto porcentual para mais ou para menos.
“Diante da continuidade do cenário adverso para a convergência da inflação, da elevada incerteza e das defasagens inerentes ao ciclo de aperto monetário em curso, o Comitê antevê, em se confirmando o cenário esperado, um ajuste de menor magnitude na próxima reunião”, diz trecho do comunicado do Copom, sugerindo uma nova alta da Selic, mas menor do que 1 ponto percentual.