
O diretor de cinema Walter Salles, conhecido por filmes como Ainda Estou Aqui, é considerado o terceiro cineasta mais rico do mundo – fica atrás apenas de Steven Spielberg e George Lucas – e um das pessoas mais ricas do Brasil. A fortuna de Salles, contudo, não vem da sua produção cinematográfica.
A riqueza do cineasta brasileiro está atrelada à sua família, o clã Moreira Salles, um das mais influentes no cenário econômico do país. De acordo com o ranking a revista Forbes, a fortuna de Walter Salles é de US$ 4,4 bilhões (aproximadamente R$ 25,9 bilhões), superando a de celebridades de Hollywood como Oprah Winfrey (US$ 3 bilhões) e Peter Jackson (US$ 1,5 bilhão).
Além de Ainda Estou Aqui, que ganhou o Oscar 2005 de melhor filme estrangeiro, Walter Salles tem uma carreira consolidada com filmes como Central do Brasil (1998) e Diários de Motocicleta (2004), ambos premiados pelo mundo afora. Ele também foi produtor de Cidade de Deus (2002), dirigido por Fernando Meirelles e Kátia Lund. No início de sua trajetória, o cineasta dirigiu Krajcberg, o Poeta dos Vestígios (1986) e Socorro Nobre (1995).
A fortuna da família Moreira Salles é considerável, com outros membros da família também figurando na lista dos mais ricos da Forbes:
Walter Salles ocupa atualmente a 775ª posição no ranking mundial, enquanto Fernando está na 516ª, Pedro na 558ª, e João divide a mesma posição de Walter, em 775º lugar.
Embora seja frequentemente associado ao Itaú Unibanco, o maior banco privado do Brasil, a fortuna de Walter Salles não se resume ao banco, que tem uma valorização de mercado de R$ 301 bilhões. A família tem participação significativa em outras grandes empresas, como a Companhia Brasileira de Metalurgia e Mineração (CBMM).
A família possui 70% da CBMM, enquanto 30% estão nas mãos de sócios asiáticos. Fundada em 1955, a CBMM é a líder mundial na produção de nióbio, com uma mina localizada em Minas Gerais que abastece cerca de 80% do mercado global. Em 2023, a mineradora obteve um lucro de R$ 5 bilhões e uma receita líquida de R$ 11,4 bilhões, com capacidade para produzir 150 mil toneladas de produtos de nióbio por ano.
Além da mineradora, a família Moreira Salles tem participação significativa na Alpargatas, empresa responsável pela marca Havaianas. A Alpargatas, listada na bolsa de valores, vale R$ 4,33 bilhões e registrou um lucro líquido de R$ 107,4 milhões em 2024, com receita líquida de R$ 4,1 bilhões. A empresa, com mais de 115 anos de história, vende seus produtos em mais de 130 países e possui operações em 20 deles. A família de Walter Salles detém mais de 60% do capital da empresa, com participação indireta por meio de Itaúsa, que controla 29% da companhia.
Em 2017, a família Moreira Salles comprou 54% da Alpargatas, anteriormente pertencente ao grupo J&F, por R$ 3,5 bilhões. Pedro Moreira Salles, que foi presidente do Conselho de Administração, ainda ocupa uma cadeira na empresa, assim como seu irmão João Moreira Salles.
Além disso, os Moreira Salles têm uma participação de 28% na Verallia, uma gigante francesa do setor de embalagens de vidro. Com faturamento de €3,9 bilhões em 2023, a Verallia possui unidades no Brasil, incluindo em São Paulo, Minas Gerais e Rio Grande do Sul, e é responsável por cerca de 40% das embalagens de vidro do país.
Para administrar sua fortuna, a família conta com o escritório Brasil Warrant Gestão de Investimentos (BWGI), que gerencia mais de R$ 54 bilhões em ativos. Localizado em São Paulo e Nova York, o family office tem crescido significativamente, ampliando sua equipe, especialmente na área de tecnologia. João Moreira Salles, um dos parentes de Walter Salles, é o responsável pela gestão do BWGI e já foi executivo de investimentos do banco JPMorgan.
Dessa forma, a fortuna do diretor de cinema Walter Salles é fruto de um conjunto de investimentos familiares estratégicos, que vai além de seu trabalho na sétima arte, refletindo o poder e a influência da família Moreira Salles no Brasil e no mundo.