Brasil, 24 de setembro de 2024
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Economia

Café supera gasolina com alta de 56% e indústria sofre com baixo estoque

Publicado em atualizado às 20:34

Item tradicional da cesta básica brasileira, o café teve o preço em disparada nas gôndolas dos supermercados no último ano. Dados divulgados nesta semana pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) mostram que o produto lidera o ranking de itens que mais subiram em 12 meses até janeiro de 2022, tornando-se o ‘vilão’ da inflação, com alta de 56,87%. De olho nesses números, o Portal do Sistema Fieg conversou com o presidente do Sindicato da Indústria de Torrefação e Moagem de Café do Estado de Goiás (Sincafé), Jaques Silvério.

De acordo com o dirigente, o grão aumentou de R$ 600,00 para R$ 1.500,00 a saca de 60 quilos, sobretudo devido condições climáticas adversas nas regiões produtoras. “Hoje sofremos com o baixo estoque de café verde e a safra prevista para 2022 deve ser novamente pequena. A seca e as geadas de anos anteriores comprometeram a colheita em 2021 e devem impactar, novamente, na safra desse ano”, explica.

Para Silvério, a tendência é de os preços do café beneficiado seguirem altos, sem perspectiva de queda em futuro próximo, o que deve continuar refletindo no valor do produto para o consumidor final. “A composição do industrial é 50% do café beneficiado e depois vêm os outros custos, como embalagens, que também tiveram aumento significativo nesses dois anos de pandemia. Nossa expectativa é de que o preço siga firme neste ano”.

O presidente do Sincafé esclarece que somente no final de março, ou começo de abril, o mercado terá uma ideia melhor sobre o comportamento dos preços. “Mesmo com bastante chuva, a safra ainda é imprevisível”.

Segundo Jaques Silvério, a indústria tem encontrado grande dificuldade para adquirir o café beneficiado, devido a pouca oferta do grão nas mãos dos produtores. Para ele, o ano de 2022 deve ser novamente de desafios para o setor, com empresários atentos à composição de preço do produto e absorvendo ainda o impacto da pandemia na cadeia de suprimentos.