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O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) minimizou o risco de ser preso por tentativa de golpe de Estado depois de perder as eleições de 2022. Na terça-feira (18), ele foi formalmente denunciado pela Procuradoria-Geral da República (PGR) ao Supremo Tribunal Federal (STF) por crimes que podem somar 38 anos de prisão.
“O tempo todo [dizem] ‘vamos prender o Bolsonaro’. Caguei para prisão”, declarou nesta quinta-feira (20), durante o 1º seminário de comunicação do Partido Liberal (PL). “Para você denunciar uma pessoa, não precisa de 800 pautas. Quem escreve muito não tem o que mostrar”, ressaltou.
Ao citar a pena que pode pegar se for condenado, o ex-presidente disse estar “tranquilo”. “Estou com a consciência tranquila. Nada mais tem contra nós do que narrativas e todas foram por água abaixo. Investiram pesadamente nessa última, golpe”.
Bolsonaro lembrou que, nos atos do 8 de janeiro de 2023, quando apoiadores dele se deslocaram do acampamento em frente ao Quartel-General do Exército e depredaram as sedes dos Três Poderes, em Brasília, ele estava não estava no Brasil, e sim nos Estados Unidos. Os atos foram citados na denúncia da PGR.
“O golpe da Disney. Eu estava lá com o Pato Donald e com o Mickey e tentei dar o golpe aqui [no Brasil]”, disse, reforçando a tese de que infiltrados destruíram os prédios públicos. “Tudo foi quebrado antes do pessoal chegar lá”, afirmou.
Bolsonaro abriu sua fala no seminário com um vídeo antigo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) falando que ele não conseguiria se eleger e, em outros momentos, comparou sua trajetória política ao do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump.
Ele relacionou a facada que sofreu na campanha de 2018 com o atentado contra Trump em outubro de 2024 e lembrou que os dois não se reelegeram ao fim do primeiro mandato que exerceram. Bolsonaro também defendeu políticas anunciadas pelo presidente dos Estados Unidos, como na área ambiental.
“E o Brasil vai ficar até quando submisso à legislação ambental, como por exemplo a Margem Equatorial para exlorar petróleo? Ou vai ficar esperando a boa vontade de uma pessoa para reativar a [ferrovia] Ferrogrão e que está há cinco anos parada por interesse personalíssimo de alguém?”, questionou.