Brasil, 05 de março de 2025
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Suspeita de matar três pessoas como bolo envenenado é encontrada morta em presídio em Porto Alegre

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Deise Moura dos Anjos, suspeita de ter matado três pessoas com um bolo envenenado com arsênio em Torres, no Rio Grande do Sul, foi encontrada morta na manhã de quinta-feira, 13 de fevereiro, na Penitenciária Estadual Feminina de Guaíba, na Região Metropolitana de Porto Alegre. A investigação também a envolvia na morte de seu sogro, ocorrida em setembro de 2024.

A Polícia Penal do Estado informou que Deise foi encontrada sem sinais vitais durante a conferência matinal na penitenciária. Após isso, os servidores prestaram os primeiros socorros e acionaram o Serviço de Atendimento Médico de Urgência (Samu), que constatou o óbito ao chegar ao local. Deise estava sozinha em sua cela no momento de sua morte, e as circunstâncias do ocorrido serão investigadas pela Polícia Civil e pelo Instituto-Geral de Perícias (IGP).

Deise foi presa em 5 de janeiro de 2025, suspeita de ser responsável pela morte de três pessoas após a ingestão de um bolo envenenado. As vítimas fatais foram as irmãs Neuza Denize Silva dos Anjos e Maida Berenice Flores da Silva, além da filha de Neuza, Tatiana Denize Silva dos Anjos. A investigação revelou que o principal alvo do envenenamento era Zeli dos Anjos, sogra de Deise, que também consumiu o bolo e foi hospitalizada, mas teve alta em 10 de janeiro. A motivação do crime seria uma antiga desavença entre as duas.

Deise enfrentava acusações de triplo homicídio duplamente qualificado, devido ao uso de veneno e a um motivo fútil, além de tripla tentativa de homicídio duplamente qualificada. O envenenamento por arsênio ocorreu em dezembro de 2024. Uma criança de 10 anos, que também consumiu o bolo, foi hospitalizada, mas já recebeu alta. O marido de Maida, que também ingeriu o bolo, foi internado, mas foi liberado posteriormente.

Investigações apontaram que Deise havia pesquisado sobre arsênio na internet, mais especificamente em sites como o Google Shopping. Além disso, o Tribunal de Justiça do Rio Grande do Sul revelou que depoimentos de familiares indicaram desentendimentos antigos entre a investigada e sua sogra. A análise de dados extraídos do celular de Deise também ajudou a reforçar a teoria do envenenamento.

A diretora-geral do Instituto-Geral de Perícias (IGP), Marguet Inês Hoffmann, explicou que o arsênio encontrado nas vítimas estava presente na farinha usada para fazer o bolo. A substância foi detectada em amostras coletadas na casa de Zeli, em Arroio do Sal. O nível de arsênio nas vítimas foi descrito como altíssimo, com uma das vítimas apresentando uma concentração 350 vezes maior do que o limite letal.