
Especialistas revelaram que o peixe “diabo negro”, avistado na superfície da costa de Tenerife, nas Ilhas Canárias, Espanha, no fim de janeiro, tem um tamanho diferente do que a imagem do vídeo sugere.
Nos últimos dias, um vídeo recente mostrando um peixe conhecido como “diabo negro” nadando próximo à superfície do oceano despertou grande curiosidade e fascínio. Gravado nas proximidades de Tenerife, na Espanha, esse raro avistamento em águas rasas ocorreu em janeiro deste ano, gerando discussões entre biólogos e entusiastas do mundo marinho. O comportamento capturado no vídeo se destacou pela sua singularidade, visto que essa espécie normalmente habita profundidades entre 200 e 2.000 metros.
Um novo vídeo mostra que o animal encontrado é muito menor do que o vídeo aparenta. Biólogos da área explicam que o tamanho da espécie varia com o gênero do peixe, as fêmeas costumam ter cerca de 18 centímetros e os machos aproximadamente três.
A informação que o peixe-diabo é muito menor que no imaginário popular circulou nas redes sociais provocando muitas reações incrédulas. Um usuário do X postou “a ciência acabou com a minha fantasia”. Outros culparam o filme “Procurando Nemo” por ter alterado a concepção das pessoas quanto ao tamanho real do animal.
Veja o video:
O peixe diabo negro, cientificamente conhecido como Melanocetus johnsonii, possui características fascinantes, como um apêndice dorsal dotado de bactérias bioluminescentes. Esse apêndice emite luz para atrair suas presas, uma adaptação vital para a sobrevivência nas escuras profundezas do oceano. Famoso pela sua aparição na animação “Procurando Nemo”, onde é retratado como um habitante perigoso dos abismos marinhos, o diabo negro é raramente avistado perto da superfície, tornando a filmagem viral recente um evento extremamente incomum.
Os biólogos da ONG Condrik Tenerife, que divulgaram o vídeo, sugeriram algumas teorias para explicar o comportamento atípico do peixe. Uma hipótese é que o diabo negro poderia estar doente, o que o teria desorientado e levado a subir para águas rasas. Outra possibilidade é que o peixe estivesse fugindo de um predador, sendo forçado a buscar abrigo próximo à costa. Uma corrente ascendente também poderia tê-lo arrastado até essa região incomum.
Após a coleta do espécime, os cientistas, ao perceberem a fragilidade do animal, confirmaram que ele não sobreviveria por muito tempo nas novas condições. O peixe foi então transferido para o Museu de Natureza e Arqueologia (MUNA), onde serão realizados estudos para investigar as possíveis causas de sua presença em águas tão inusitadas para a espécie.
A observação do diabo negro próximo à superfície não apenas despertou o fascínio do público, mas também impulsionou estudos científicos valiosos sobre o comportamento da espécie e as dinâmicas dos ecossistemas marinhos. A presença desse peixe em águas rasas chamou a atenção para questões mais amplas, como as mudanças climáticas e as condições do oceano, que podem estar alterando as rotas e comportamentos de várias espécies marinhas.
Este evento também serve como um lembrete da complexidade dos ecossistemas marinhos e da importância de investirmos em pesquisa e conservação contínuas. Com o crescente interesse do público, informações sobre essas criaturas marinhas singulares se espalham, ajudando na compreensão e preservação das mesmas, o que garante que as futuras gerações também possam estudá-las e admirá-las.
Os cientistas estão empenhados em entender o fenômeno observado em Tenerife. O diabo negro é um exemplo impressionante de adaptação às profundezas escuras do oceano. Sua bioluminescência, resultado de uma relação simbiótica com as bactérias que lhe fornecem luz em troca de abrigo, é uma das características mais fascinantes. Estudos detalhados desse espécime podem trazer novos insights sobre como essas criaturas se ajustam às mudanças ambientais e sobrevivem em condições extremas.
Com o espécime agora no MUNA, os cientistas têm a chance de aprofundar seus conhecimentos sobre a biologia e o comportamento do peixe. A pesquisa poderá revelar mais sobre sua dieta, reprodução e como ele reage às alterações em seu habitat. Essas descobertas podem ser vitais para a conservação de espécies semelhantes, que estão cada vez mais ameaçadas pelas atividades humanas e pelas consequências das mudanças climáticas nos oceanos.
A extraordinária filmagem do diabo negro na superfície serve como um convite intrigante para explorar os mistérios insondáveis dos mares. Continuar investigando esses fenômenos naturais apoia os esforços de conscientização sobre a conservação dos oceanos do nosso planeta.
Veja o video da aparição do diabo-negro na superfície: