
A Operação Panaceia, deflagrada conjuntamente nesta quinta-feira (6) pela Polícia Federal (PF) e Controladoria Geral da União (CGU), abala profundamente as tentativas do PSDB de se fundir com partidos como o MDB e o PSD. Enfraquecido e em fase de decadência política acentuada, a legenda tucana buscava uma nova chance para recuperar relevância ao se unir a outras siglas, porém a operação, que tem como alvo principal o ex-governador de Goiás e presidente nacional do partido, Marconi Perillo, dificulta ainda mais uma possível fusão.
Com a operação atingindo de forma direta uma das figuras mais importantes da sigla, o PSDB se vê em uma situação de grande vulnerabilidade. Lideranças do partido acreditavam que a fusão com o MDB ou com o PSD poderia ser uma saída para reverter a queda do PSDB nas últimas eleições e reconstituir sua base de apoio. Contudo, com as acusações e os desgastes políticos envolvendo os tucanos, a estratégia parece ter se tornado inviável. Nesse cenário, o partido agora se encontra sem muitas opções para reconstruir sua imagem e recuperar o protagonismo político do passado.
Nos bastidores, é quase unânime o entendimento de que figuras políticas como Aécio Neves e Marconi Perillo, ambos já denunciados por envolvimento em esquemas de corrupção, são considerados um fardo para qualquer tentativa de aliança. Tanto o MDB quanto o PSD têm mostrado resistência em se aproximar de nomes com essa bagagem, ainda mais agoram, com outro escândalo envolvendo um tucano da dimensão de Marconi. A situação do PSDB é vista como cada vez mais difícil, e a perspectiva de uma fusão com partidos de peso parece remota.
Além disso, o PSDB enfrenta desafios locais de difícil solução, como é o caso de Goiás, estado de Marconi. No estado, divergências internas entre facções do partido já dificultavam uma possível união com o MDB ou o PSD. A resistência de líderes locais, como Daniel Vilela (MDB) e Vanderlan Cardoso (PSD) a fusão ainda mais problemática.
Presidentes do MDB e PSD, Baleia Rossi e Gilberto Kassab são figuras com grande experiência política e têm se mostrado cautelosos em relação a qualquer negociação com o PSDB. Esses líderes políticos têm evitado avançar nas conversas com uma legenda em declínio e com problemas locais, uma vez que a fusão com os tucanos poderia ser vista como um risco para a imagem de suas próprias siglas.
Diante desse cenário, a fusão do PSDB com outras legendas parece cada vez mais distante e o futuro do partido deve ser mesmo a extinção. O PSDB, que já foi uma das principais forças políticas do Brasil, caminha para um fim melancólico, deixando de ser uma alternativa de poder no país e nos estados. A Operação Panaceia, ao expor ainda mais as fragilidades da legenda, sinaliza que não deve haver luz no final do túnel para o PSDB.