Brasil, 30 de janeiro de 2025
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Milei copia Trump e promete construir cerca na fronteira entre Argentina e Bolívia

Publicado em atualizado às 16:49

O governo de Javier Milei anunciou a construção de um alambrado de 200 metros de comprimento e 2,5 metros de altura na fronteira com a Bolívia, na cidade de Aguas Blancas, na província de Salta, ao norte da Argentina, próxima a Bermejo, na Bolívia. A medida foi justificada como uma forma de controlar a migração e combater a passagem ilegal de pessoas pela região.

Adrián Zigarán, representante local do governo argentino, explicou que a estrutura será instalada para “evitar que as pessoas passem de maneira ilegal”. Embora a área já possua um muro construído para prevenir inundações, esse muro tem sido usado para atravessamentos ilegais, sem passar pela alfândega. “Para evitar essa situação, colocamos uma barreira. Não sei por que há tanta confusão sobre esse arame”, comentou Zigarán em entrevista à rádio argentina Mitre.

A região de Aguas Blancas, com uma população de cerca de 3 mil a 4 mil habitantes, tem sido um ponto de intenso movimento de pessoas que cruzam ilegalmente a fronteira. O governo local informou que cerca de 15 mil pessoas circulam pela área, muitas vezes para realizar atividades clandestinas, como compras ilegais, atravessando os telhados das casas.

Dados do Censo de 2022 indicam que a Argentina, com 45 milhões de habitantes, abriga 2 milhões de imigrantes, dos quais mais de 60% vêm de países sul-americanos, como Bolívia, Paraguai, Venezuela e Peru.

A decisão gerou críticas do governo boliviano, que se manifestou por meio de um comunicado oficial, expressando preocupação. O Ministério de Relações Exteriores da Bolívia destacou que “os assuntos fronteiriços devem ser tratados por meio de mecanismos de diálogo bilaterais” e alertou que “qualquer medida unilateral pode afetar a boa vizinhança e a convivência pacífica entre os povos irmãos”. A Bolívia anunciou que buscará informações detalhadas sobre o projeto por canais diplomáticos e reafirmou sua disposição para manter um diálogo construtivo sobre temas de interesse mútuo.

Em resposta, o governo argentino reagiu de forma irônica. “Que bom que agora eles estão preocupados”, disse Zigarán, referindo-se à declaração boliviana.