Brasil, 30 de janeiro de 2025
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Michele e Eduardo Bolsonaro faziam parte da ala radical que defendeu o golpe de Estado, diz Mauro Cid na delação premiada

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O tenente-coronel Mauro Cid, ex-ajudante de ordens do presidente Jair Bolsonaro, revelou, em depoimento de colaboração premiada, que a ex-primeira-dama Michelle e o deputado Eduardo Bolsonaro faziam parte da ala “mais radical” de um grupo que, no final de 2022, defendia a execução de um golpe de Estado no Brasil. A informação foi divulgada pela Folha de S.Paulo, com base no conteúdo completo do depoimento, prestado por Cid em 28 de agosto de 2023. O jornalista Elio Gaspari também teve acesso ao material.

De acordo com o que foi transcrito, Cid relatou que Michelle e Eduardo mantinham conversas constantes com o então presidente Jair Bolsonaro, incentivando-o a realizar a ruptura institucional. Segundo o depoimento, ambos acreditavam que Bolsonaro contava com apoio popular e com a adesão dos CACs (Colecionadores, Atiradores Desportivos e Caçadores) para concretizar o golpe. Parte da delação de Cid já havia sido divulgada de forma parcial pelo UOL, em novembro de 2023.

Apesar das gravíssimas acusações, o relatório final da investigação da Polícia Federal (PF), concluído em 21 de novembro de 2024, não incluiu os nomes de Michelle e Eduardo entre os 40 indiciados. Curiosamente, o nome de Michelle sequer foi mencionado no documento, enquanto o nome de Eduardo apareceu apenas como um contato no celular de um investigado. Agora, o caso está sob análise da Procuradoria-Geral da República (PGR), que decidirá se irá apresentar denúncia ao Supremo Tribunal Federal (STF) ou se arquivará a investigação.

Michelle e Eduardo negam

Após a divulgação das declarações de Cid, tanto Michelle quanto Eduardo Bolsonaro negaram veementemente qualquer envolvimento com movimentos golpistas. A defesa de Michelle qualificou as acusações como “absurdas e sem fundamento”, destacando que nem ela nem sua família jamais estiveram ligados a qualquer tentativa de ruptura institucional. Eduardo, por sua vez, tratou as acusações como “devaneio” e “fantasia”.

Embora a delação não tenha levado à inclusão de Michelle e Eduardo no relatório da PF, ela teve grande repercussão política, especialmente considerando as especulações de que ambos podem ser candidatos à presidência nas eleições de 2026. Jair Bolsonaro, que se encontra inelegível até 2030, enxerga na mulher Michelle e no filho Eduardo possíveis sucessores para continuar seu legado político.