Brasil, 30 de janeiro de 2025
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Lewandowiski manda retirar algemas de deportados brasileiros que deixaram os EUA: “inaceitável”

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O Ministério da Justiça do Brasil acusou o governo dos Estados Unidos de “flagrante desrespeito aos direitos fundamentais” no último sábado (25/01), após a chegada de um voo de deportados de americanos em Manaus, onde o grupo foi mantido algemado e acorrentado enquanto aguardava a continuação do trajeto. O voo, que vinha dos EUA com 158 deportados, precisou fazer uma parada técnica na capital amazonense devido a problemas no avião.Lewan

Entre os deportados, estavam 88 brasileiros, que seriam levados de volta ao Brasil em uma repatriação organizada como parte das políticas de imigração mais rigorosas do presidente Donald Trump. O voo, com destino final ao aeroporto de Confins, em Belo Horizonte, teve que parar em Manaus para realizar uma manutenção. Mesmo após o pouso, as autoridades americanas tentaram manter os deportados em algemas e correntes até a chegada de uma aeronave dos EUA que os levaria até Minas Gerais.

O ministro da Justiça, Ricardo Lewandowski, rapidamente ordenou à Polícia Federal e às autoridades americanas que retirassem as algemas dos deportados enquanto aguardavam o voo de continuidade. O governo brasileiro defendeu que a medida representava uma questão de soberania nacional e que os direitos dos cidadãos brasileiros deveriam ser respeitados em território nacional.

Em um comunicado, o Ministério da Justiça afirmou que a decisão foi tomada a pedido do presidente Luiz Inácio Lula da Silva. A nota do Ministério destacou que a dignidade humana é um princípio fundamental da Constituição Federal e que o tratamento dado aos brasileiros nos aeroportos de Manaus violava esse princípio, configurando “valores inegociáveis” do Estado Democrático de Direito.

Após a intervenção do governo brasileiro, a Polícia Federal afirmou que, de acordo com as instruções do Ministério da Justiça, os deportados que chegaram algemados foram libertados. A PF assegurou que tomou as medidas necessárias para garantir a soberania brasileira e que os brasileiros não seriam novamente algemados pelas autoridades americanas.

Durante o período de espera no aeroporto, os deportados foram acomodados em uma área restrita, onde receberam alimentos, bebidas, colchões e acesso a banheiros com chuveiros. Além disso, a Força Aérea Brasileira (FAB) foi mobilizada para transportar o grupo até Belo Horizonte. O voo foi realizado com um avião KC-30, que também contou com a presença de profissionais de saúde para acompanhar os deportados.

Esse incidente gerou uma forte reação por parte das autoridades brasileiras, que reiteraram o compromisso do Brasil em proteger os direitos de seus cidadãos, mesmo em situações envolvendo ações de outros países em território nacional. O governo brasileiro deixou claro que, independentemente da natureza da operação de deportação, os direitos humanos e a soberania nacional serão sempre respeitados.