Brasil, 30 de janeiro de 2025
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Cultura

‘Antes de fazer o filme, não sabia o que era a ditadura’, revela ator adolescente de ‘Ainda Estou Aqui’

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Quando a ditadura militar chegou ao fim no Brasil, em 1985, Guilherme Silveira ainda nem havia nascido. O ator só passou a entender o que aconteceu nesse período histórico do país quando recebeu o desafio de interpretar Marcelo Rubens Paiva na primeira fase do filme Ainda Estou Aqui. A trama retrata o desaparecimento do engenheiro Rubens Paiva, sob a perspectiva de Eunice, matriarca da família. Em entrevista à Globonews, na última quinta-feira, 23, o adolescente compartilhou a emoção de ser indicado ao Oscar.

Aos 13 anos, Guilherme já pode se orgulhar de integrar o elenco de um longa-metragem indicado ao mais prestigioso prêmio do cinema. E a notícia veio acompanhada de uma surpresa: além das indicações a Melhor Filme Internacional e Melhor Atriz (para Fernanda Torres), a produção brasileira também conquistou um lugar histórico na disputa por Melhor Filme.

No filme, Guilherme teve uma participação marcante, interpretando Marcelo Rubens Paiva, filho caçula de Rubens e Eunice, e autor do livro homônimo que inspirou a produção. Para viver esse papel, o ator precisou estudar o período da ditadura militar, que foi retratado na história.

Em entrevista, ele revelou que, antes de se envolver no projeto, não tinha ideia do que foi a ditadura. Foi então que sua avó começou a lhe explicar o contexto histórico. “Antes de fazer o filme, eu não sabia o que era a ditadura. Aí minha avó começou a conversar comigo e me explicou”, contou. Embora não tenha vivido a época, Guilherme afirmou ter conseguido sentir a tensão do momento ao contracenar com os colegas.

“Foi uma coisa muito difícil de entender, principalmente vivendo isso no filme. Eu consegui sentir como era para o Marcelo, para a Eunice, e principalmente para o Rubens. Como ele se sentiu…”, disse o ator. Ele também elogiou a interpretação de Fernanda Torres, destacando o peso de sua personagem, que enfrenta desafios como o Alzheimer e o sequestro do marido durante a ditadura. “Ela teve o trabalho de interpretar uma personagem tão complexa, passando por tudo o que ela passou. Então, foi no filme que eu entendi a ditadura. Antes, eu não fazia ideia do que era, e agora sei que não foi nada bom”, refletiu.

Nas redes sociais, Guilherme comemorou as indicações ao prêmio. O ator compartilha com seus seguidores recordações das gravações de Ainda Estou Aqui e detalhes sobre os bastidores do set. “Uma história necessária para o nosso país, um filme com um elenco incrível, com pessoas que trabalharam com muita dedicação e carinho para recriar esse momento vivido pela família”, escreveu ele em um post no Instagram.