Brasil, 29 de janeiro de 2025
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Polícia Federal conclui inquérito e indicia 4 ex-diretores e coordenadores da PRF

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A Polícia Federal concluiu a investigação sobre irregularidades cometidas pela Polícia Rodoviária Federal (PRF) durante o segundo turno das eleições presidenciais de 2022 e indiciou quatro ex-diretores e coordenadores do órgão. O caso, que envolveu crimes relacionados à manipulação de operações de fiscalização, foi detalhado em um relatório obtido com exclusividade pelo portal UOL.

A investigação revelou que, na manhã do dia 30 de outubro de 2022, data do segundo turno das eleições, a PRF realizou blitze e montou barreiras policiais no interior do Nordeste. A PF afirmou que essas ações não tinham qualquer justificativa técnica e foram planejadas para prejudicar o voto em Luiz Inácio Lula da Silva (PT), o principal adversário do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL). O fluxo de eleitores só foi restabelecido após ordem do então presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), Alexandre de Moraes, que determinou a suspensão imediata das operações.

Entre os indiciados estão Luis Carlos Reischak Júnior, ex-diretor de Inteligência da PRF e ex-superintendente no Rio Grande do Sul; Rodrigo Cardozo Hoppe, ex-coordenador de Inteligência da PRF; Djairlon Henrique Moura, ex-diretor de Operações da PRF; Adiel Pereira Alcântara, ex-coordenador de Inteligência da PRF; e Bruno Nonato dos Santos Pereira, que, à época, atuava como coordenador de Inteligência e Contrainteligência da Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT). Os cinco foram acusados dos crimes de desobediência, prevaricação, restrição ao direito de voto e participação por omissão em tentativa de abolição do Estado democrático de direito.

De acordo com a PF, Silvinei Vasques, ex-diretor-geral da PRF, é apontado como o autor intelectual das ações ilegais. Alinhado ideologicamente com Jair Bolsonaro, Vasques já havia sido indiciado anteriormente e passou quase um ano em prisão preventiva. Durante sua gestão, ele foi acusado de politizar a direção da PRF, desviando o órgão de suas funções para atender aos interesses do então presidente. O novo relatório reforça a participação ativa de Vasques no esquema.

A decisão da Polícia Federal de indiciar os envolvidos sublinha a gravidade dos atos praticados por servidores públicos em um momento crítico do processo eleitoral. O relatório destaca que as ações indicam um desvio intencional das funções da PRF para interferir nas eleições, o que colocou em risco a integridade do processo democrático.