Brasil, 23 de janeiro de 2025
Siga Nossas Redes
Goiás

Paciente com surto psicótico faz enfermeira refém e é morto pela Polícia Militar em Morrinhos

Publicado em atualizado às 18:27

 Um paciente de 59 anos do Hospital Municipal de Morrinhos rendeu uma técnica em enfermagem com um caco de vidro durante um suposto surto psicótico na UTI da unidade de saúde. Após tentativas de negociação, o homem acabou baleado e morto pela Polícia Militar. Toda ação foi filmada por pessoas presentes no local e o vídeo já circula nas redes sociais.

O impasse teria aconteceu na noite de sábado (18). Segundo informações do hospital, o paciente estava internado há três dias no local, tratando de problemas renais. O paciente é de Professor Jamil e quebrou quebrado uma janela após não ser autorizado a sair da UTI.

“Apesar das tentativas de verbalização para que o autor liberasse a vítima, ele permaneceu em atitude agressiva e reiterou as ameaças. Diante do risco iminente à vítima, foi necessário a realização de um disparo de arma de fogo para neutralizar a agressão e resguardar a integridade física da refém”, informou a PM em nota. “Mesmo alvejado, o autor continuou resistindo, sendo necessária a sua contenção pelos demais policiais militares. A equipe médica prestou socorro imediato, mas infelizmente ele não resistiu aos ferimentos e veio a óbito”, completa o texto. A PM instaurou um procedimento administrativo para apurar o caso.

Pelas redes sociais, o filho do paciente morto manifestou indignação com o caso: “que crueldade que fizeram com o senhor. Eu prometo enquanto eu viver vou fazer justiça por seu nome”, postou.

A Prefeitura de Morrinhos se solidarizou com a família por meio de nota, escrevendo: “em virtude da gravidade da situação e do iminente risco à vida da profissional, a Polícia Militar foi acionada para conduzir as negociações com o paciente. Diante da infrutífera negociação, a Polícia Militar realizou um disparo que ocasionou no óbito do paciente”.

O texto afirma que a gestão da UTI onde o fato aconteceu é de responsabilidade de uma empresa terceirizada, com contrato vigente até março de 2025. “A atual gestão reafirma seu compromisso com a transparência, mantém-se à disposição para esclarecer os fatos e lamenta profundamente a morte do paciente. Solidarizamo-nos com a família enlutada e asseguramos que será oferecido acompanhamento psicológico e social tanto aos familiares quanto à enfermeira e demais envolvidos na situação”, conclui o texto.

Familiares de Luiz Cláudio manifestaram revolta com o caso, em postagens nas redes sociais. Eles alegam que o senhor já estava imobilizado quando foi executado.A família considera que a ação policial foi desproporcional e afirma que buscará por justiça.

A Polícia Militar de Goiás (PMGO) informou que instaurou um Inquérito Policial Militar (IPM) para apurar detalhadamente as circunstâncias da morte de Luiz Claudio Dias, de 59 anos, baleado dentro da Unidade de Terapia Intensiva (UTI) do Hospital Municipal de Morrinhos, no sul goiano. Segundo a corporação, Luiz estava em surto e usou um pedaço de vidro para fazer uma enfermeira de refém. Toda a ação foi filmada (veja vídeo ao final). 

O caso, também é investigado pela Polícia Civil (PC). De acordo com a PM, após a chegada dos policiais, foram iniciados protocolos de gerenciamento de crises para liberar a vítima. Porém, apesar das tentativas de verbalização com o Luiz, ele permaneceu em atitude agressiva e fez ameaças à enfermeira.

A própria vítima conseguiu se desvencilhar do homem após uma luta corporal. Neste momento, ele foi baleado por um policial militar. A corporação afirmou que o uso da força foi necessário para resguardar a integridade física da refém. 

Mesmo baleado, o paciente foi imobilizado pelos militares, que pisaram sobre as costas dele. A PM justificou que Luiz continuou resistindo depois de ser atingido pelo projétil. Ele foi socorrido por funcionários da unidade de saúde, mas não resistiu ao ferimento e morreu momentos depois.

Prefeito se manifesta

Luiz Cláudio estava em tratamento de diálise há três dias em Morinhos. O prefeito de Morrinhos, Maycllyn Carreiro, relatou que o paciente estava internado na UTI e começou a ter alucinações que levaram ao surto. O paciente teria se desvinculado dos aparelhos da internação e , ignorando as tentativas de diálogo da equipe de plantão, fugindo para o banheiro.

O prefeito conta que foram cerca de dez minutos de negociações entre o paciente e a equipe médica e cerca de mais dez minutos de diálogos com a polícia militar, que foi acionada pela equipe do hospital.

Família revoltada

A família de Luiz Cláudio, inconformada, afirma que o paciente não possuía nenhum histórico psiquiátrico e que vai entrar na Justiça para esclarecer o que aconteceu.

Veja o vídeo: