Em 1º de janeiro de 2025, entraram em vigor novas normas da Receita Federal que visavam intensificar a fiscalização sobre as transações realizadas por meio da plataforma Pix de pagamentos. Contudo, essas regras, inicialmente implementadas, foram posteriormente anuladas pelo governo federal.
As medidas, publicadas em setembro de 2024, exigiam que bancos e outras instituições financeiras informassem à Receita Federal dados sobre determinadas movimentações financeiras, especialmente aquelas de valores mais altos, tanto de pessoas físicas quanto jurídicas. A ideia era ampliar a transparência nas transações, focando principalmente em clientes com rendimentos elevados. Segundo o Ministério da Fazenda, as novas exigências resultariam em uma redução no volume de dados enviados ao Fisco, uma vez que haveria um alívio para os clientes de menor renda dos bancos tradicionais.
Contudo, essas normas geraram polêmica e uma série de críticas. O governo federal foi acusado, principalmente por setores da oposição e pela extrema-direita, de tentar aumentar a carga tributária sobre a classe média. Além disso, houve uma disseminação de notícias falsas sobre uma suposta criação de impostos diretamente sobre o uso do Pix, o que gerou uma onda de desinformação nas redes sociais.
A proposta de maior fiscalização sobre o Pix estava inserida no contexto de um esforço do governo para aprimorar o controle sobre o sistema financeiro e combater práticas ilegais, como a lavagem de dinheiro. Contudo, a falta de clareza nas informações e a confusão gerada em torno das novas regras acabaram alimentando o debate político e econômico. A retórica de aumento de impostos sobre a classe média, embora não tenha sido confirmada, foi amplamente debatida e gerou desconfiança entre os cidadãos.
Diante da pressão pública e da controvérsia gerada, o governo optou por revogar as novas regras, que, em sua forma original, haviam sido planejadas para um público-alvo específico, mas acabaram criando um cenário de insegurança e desinformação. Assim, a fiscalização sobre o Pix foi adiada, e novas discussões sobre o tema continuam a ser levantadas em busca de um equilíbrio entre a transparência financeira e a proteção dos direitos dos consumidores.