O novo prefeito de Goiânia, Sandro Mabel, teve uma recaída bolsonarista e resolveu militarizar a Companhia de Urbanização de Goiânia (Comurg). Empresa de economia mista com capital majoritário da prefeitura, a Comurg tem uma dívida astronômica e é alvo de denúncias pesadas de corrupção, além de ser considerada uma ilha de privilégios descabidos para servidores – um deles, Eterno Inácio da Silva, tem saláriio de mais de R$ 83 mil.
Mabel quer impor linha dura e escolheu três coronéis da PM de Goiás para desmontar as engrenagens de irregularidades montada ao longo anos na Comurg. Para tanto, arregimentou os militares Cleber Aparecido Santos, Ricardo Neves e agora, o ex-comandante geral da PM, André Henrique Avelar de Sousa. Nenhum dos três, vale dizer, tem experiência administrativa fora dos quartéis.
É fato que a concentração de militares de pijama na administração pública nunca deu resultados positivos no Brasil. Lembre-se, por exemplo, da gestão desastrosa do general Eduardo Pazuello no Ministério da Saúde durante a pandemia. Militares são treinados para fazer “guerra”, conduzir tropas, e não para governar. São autoritários, não possuem jogo de cintura e raros são os casos em que se deram bem na administração pública.
Apesar do riscos de malogro, novo prefeito da capital fez uma aposta e é preciso dar tempo ao tempo para ver no que essa militarização vai dar. Fazer ordem unida e marchar em frente de bandeira pode ser pouco para colocar a Comurg nos eixos.