O presidente eleito dos Estados Unidos, Donald Trump, será sentenciado no próximo dia 10 de janeiro no processo criminal em que foi condenado por acusações relacionadas a um pagamento feito para silenciar a ex-atriz pornô Stormy Daniels. A decisão foi tomada pelo juiz Juan Merchan nesta sexta-feira (03/01), determinando que a sentença será proferida apenas dez dias antes da cerimônia de posse de Trump, marcada para 20 de janeiro.
Trump havia solicitado ao tribunal a anulação do caso com base na sua vitória nas eleições presidenciais, mas o juiz Merchan rejeitou essa solicitação. No entanto, o magistrado indicou que, por ora, não está inclinado a impor uma pena de prisão. Ele sugeriu que uma sentença mais branda, sem custódia, multa ou liberdade condicional, poderia ser a solução mais adequada para o caso.
O ex-presidente, que tem a possibilidade de participar da audiência tanto presencialmente quanto de forma virtual, foi condenado em junho após um júri de Manhattan encontrá-lo culpado de 34 acusações de falsificação de registros comerciais. Essas acusações estavam relacionadas a um esquema ilegal para influenciar o resultado das eleições presidenciais de 2016, mediante o pagamento de dinheiro a Stormy Daniels, com o objetivo de garantir seu silêncio sobre um suposto relacionamento extraconjugal com Trump.
Esse caso é histórico, pois representa a primeira vez que um presidente americano, seja em exercício ou já ex-presidente, foi condenado ou acusado de um crime. Trump, por sua vez, se declarou inocente e afirmou que as acusações fazem parte de uma tentativa de minar sua candidatura para as eleições de 2024.
Os advogados de Trump argumentaram que a sentença, dada a sua condição de presidente eleito, prejudicaria sua capacidade de governar e que ele deveria ser beneficiado pela imunidade presidencial. Contudo, o juiz Merchan refutou esse argumento, afirmando que permitir a anulação do veredito significaria enfraquecer o Estado de Direito de maneira irreversível. Ele também destacou que a posição de Trump como presidente eleito não justificava a aplicação de medidas excepcionais, como a concessão da moção de anulação.
Com isso, o caso de Trump segue avançando para sua conclusão, mesmo com os esforços do republicano para reverter a condenação.