Brasil, 07 de janeiro de 2025
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Bolsonaro aponta traição de Gusttavo Lima e desconfia que candidatura do cantor pode ser manobra de Caiado

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O anúncio de Gusttavo Lima sobre sua intenção de disputar a Presidência da República em 2026 gerou uma série de reações no campo político da direita brasileira. A notícia pegou de surpresa Jair Bolsonaro (PL) e seus aliados, que interpretaram o movimento do cantor como um ato de “traição”, conforme relatado por Lauro Jardim, do jornal O Globo.

Horas antes de tornar pública sua candidatura à presidência, o sertanejo havia conversado com Bolsonaro e teria manifestado apenas o desejo de concorrer ao Senado. Porém, a declaração de que almejava o Palácio do Planalto foi vista como uma mudança radical e inesperada de planos, surpreendendo o ex-presidente e sua base.

Articulações nos bastidores e planos estratégicos

Nos bastidores da política, especula-se que a candidatura de Gusttavo Lima tenha sido articulada com o governador de Goiás, Ronaldo Caiado (União Brasil), que também é pré-candidato à presidência. A parceria teria o objetivo de criar uma blindagem para Caiado contra possíveis críticas nas redes sociais, além de pavimentar uma estratégia para as eleições de 2026. A ideia seria eleger Caiado como presidente, com a esposa do governador e Gusttavo Lima assumindo as cadeiras do Senado por Goiás.

Conforme interlocutores próximos a Bolsonaro, essa movimentação foi vista como um golpe calculado. Eles acreditam que Gusttavo Lima está sendo utilizado como um “candidato-tampão”, um nome para dividir o eleitorado e enfraquecer outras candidaturas, abrindo caminho para a eleição de Caiado.

Reação de Bolsonaro e seus aliados

A declaração pública de Gusttavo Lima deixou Bolsonaro claramente desconfortável. Segundo a jornalista Bela Megale, do O Globo, o cantor já teria sondado partidos de direita, como União Brasil e Progressistas, para uma possível filiação. Embora esteja inelegível para a eleição de 2026, Bolsonaro ainda se considera a principal referência política da direita no Brasil e vê a candidatura de Gusttavo Lima como uma ameaça direta à sua liderança.

Aliados de Bolsonaro comentaram que, inicialmente, o ex-presidente cogitou apoiar o cantor em sua candidatura ao Senado. No entanto, Bolsonaro enxerga a disputa presidencial como um campo em que seu nome, ou o de alguém de sua confiança, deve prevalecer. A movimentação de Gusttavo Lima foi, portanto, interpretada como um risco para sua influência e para o futuro político de seus aliados.

A tensão entre Bolsonaro e o cantor sertanejo reflete as complexas articulações políticas que começam a se formar no horizonte eleitoral de 2026. Com o cenário em constante evolução, as próximas semanas podem trazer mais reviravoltas e definições em relação às candidaturas e alianças para as eleições presidenciais.