A taxa de desemprego no Brasil caiu para 6,1% no trimestre encerrado em novembro, conforme dados divulgados pelo IBGE nesta sexta-feira, 27. Este é o menor índice desde o início da série histórica da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (PNAD) Contínua, que começou em 2012.
Em termos absolutos, 6,8 milhões de brasileiros estão em busca de trabalho, número mais baixo desde o último trimestre de 2014. Em comparação ao trimestre anterior, 510 mil pessoas saíram da condição de desemprego. Em relação ao mesmo período de 2023, a queda foi ainda mais significativa, com 1,4 milhão de pessoas deixando a fila do desemprego.
O IBGE destacou que a taxa de desocupação atual é 8,8 pontos percentuais inferior ao pico histórico de 14,9%, registrado no trimestre encerrado em setembro de 2020, durante a pandemia. O número total de desocupados também está 55,6% abaixo do recorde de 15,3 milhões, alcançado no primeiro trimestre de 2021.
O rendimento real habitual do trabalhador brasileiro permaneceu estável no trimestre, atingindo R$ 3.285, embora tenha registrado um crescimento de 3,4% em relação ao ano anterior. Já a massa de rendimento real habitual alcançou um novo recorde de R$ 332,7 bilhões, com um aumento de 2,1% no trimestre e de 7,2% no ano.
O número de pessoas ocupadas no país também alcançou um novo recorde, com 103,9 milhões de trabalhadores. Esse aumento de 25,8% em relação ao menor número registrado em 2020 (82,6 milhões) representa um acréscimo de 21,3 milhões de pessoas no mercado de trabalho. A alta da ocupação no trimestre refletiu recordes também entre os empregados no setor privado (53,5 milhões), os trabalhadores com carteira assinada (39,1 milhões) e os empregados no setor público (12,8 milhões). A proporção de pessoas com 14 anos ou mais de idade trabalhando atingiu o maior nível da série histórica, com 58,8%.
Adriana Beringuy, coordenadora de Pesquisas Domiciliares do IBGE, destacou que 2024 deve registrar mais recordes na expansão do mercado de trabalho, impulsionados pelo aumento de empregos formais e informais.
A taxa de informalidade no país se manteve estável em 38,7%, representando 40,3 milhões de trabalhadores informais, ligeiramente abaixo dos 38,8% do trimestre anterior e dos 39,2% observados no mesmo período de 2023. O número de trabalhadores sem carteira assinada também permaneceu em 14,4 milhões, enquanto o total de trabalhadores por conta própria aumentou 1,8% no trimestre, alcançando 25,9 milhões.
Em termos setoriais, a ocupação aumentou em quatro das dez atividades econômicas analisadas pela PNAD. A Indústria registrou um crescimento de 2,4% (309 mil pessoas), a Construção teve alta de 3,6% (269 mil pessoas), o setor de Administração Pública cresceu 1,2% (215 mil pessoas) e os Serviços Domésticos aumentaram 3,0% (174 mil pessoas). Juntas, essas quatro áreas adicionaram quase 1 milhão de trabalhadores no trimestre.
Em comparação com o mesmo período de 2023, sete atividades apresentaram crescimento, destacando-se a Indústria (3,6%), a Construção (6,0%) e o Comércio (3,6%). Por outro lado, o setor de Agricultura registrou uma queda de 4,4% (-358 mil pessoas).