O delegado Daniel Oliveira afirmou que Karine Gouveia e Paulo César Dias Gonçalves, conhecidos como PC Segredo, desdenhavam das queixas sobre as sequelas deixadas nos pacientes de sua clínica estética. O casal, preso em Goiânia na quarta-feira (18), está sendo investigado por causar deformações em clientes durante procedimentos estéticos. A prisão foi mantida pela Justiça na quinta-feira (19).
Segundo o delegado, o casal demonstrava desdém pelas consequências de seus atos e ainda intimidava as vítimas, forçando-as a assinar termos de confidencialidade para que não fizessem denúncias. Inicialmente, 24 pacientes haviam registrado queixas, mas o número já aumentou para 40.
Em entrevista ao Mais Goiás, o advogado Tito Amaral, que defende Karine e PC Segredo, contestou as acusações. Ele afirmou que os empresários sempre trataram todos com respeito e que a clínica, com 8 anos de atuação e mais de 30 mil procedimentos realizados, só se manteve no mercado devido à sua conduta ética e profissional.
A polícia relatou que as vítimas sofreram deformidades permanentes, como cicatrizes, abscessos, necroses, queimaduras, fibromialgia, inflamações severas, perda de sensibilidade e danos nos ligamentos oculares.
A influenciadora e empresária Karine Gouveia, junto com o marido Paulo César, vai responder por associação criminosa, lesão corporal grave e exercício ilegal das profissões de dentista e biomédica. Eles foram detidos enquanto investigados por deformações causadas em procedimentos estéticos. Além disso, a polícia bloqueou R$ 2,5 milhões em bens do casal, incluindo um helicóptero de R$ 8 milhões.
Após a prisão, ambos passaram por audiência de custódia, onde a juíza Ana Cláudia Veloso Magalhães decidiu manter a prisão temporária, alegando que os motivos para a detenção ainda se sustentavam. A defesa, por sua vez, entrou com um pedido de habeas corpus para tentar obter a liberdade do casal.
As prisões ocorreram após 24 denúncias de vítimas que procuraram o 4º Distrito Policial de Goiânia, relatando sequelas graves após procedimentos na clínica. Durante as investigações, a polícia descobriu que alguns funcionários responsáveis pelos procedimentos não possuíam as devidas habilitações, além de usarem materiais inadequados. Outros dois investigados, cujas identidades não foram reveladas, também foram presos, e sete mandados de busca e apreensão foram cumpridos em Goiânia e Anápolis.
O advogado Tito Amaral, representante do casal, declarou que a prisão era desnecessária, ressaltando que a clínica tem autorização para funcionar e que os profissionais envolvidos nos procedimentos são devidamente qualificados, contrariando as alegações feitas pela polícia. Ele também destacou que mais de 30 mil procedimentos foram realizados pela clínica sem maiores problemas.