
Carlos Roberto Alves da Luz, o homem de 60 anos que entrou com ação de investigação de paternidade alegando ser filho do ex-governador de Goiás e ex-prefeito de Goiânia, Iris Rezende Machado, ingressou com o pedido na 6ª Vara de Família de Goiânia quando político ainda era vivo. Ou seja, Iris sabia da existência do suposto filho, mas deixou a situação em aberto até quando morreu, em 9 de novembro de 2021.
O cacique político goiano foi citado pela Justiça em 2020 para se manifestar na ação de investigação de paternidade proposta por Carlos Roberto. O suposto filho de Iris nasceu em 29 de maio de 1964, quando o político era deputado estadual e presidente da Assembleia Legislativa. A mãe, Eunice Alves Guimarães, teve mais dois filhos. O advogado de Carlos Roberto é Rafael José Neves Barufi.
A Justiça determinou a coleta de material genético aos três filhos de Iris – Ana Paula, Adriana e Cristiano -, mas ele se negaram a colaborar. Em casos como esse, a Justiça pode ordenar a exumação de restos mortais. A família do ex-governador e ex-prefeito contratou o escritório da advogada Ana Vitória Caiado para representá-la na ação.
O processo de investigação de paternidade do suposto filho de Iris corre em segredo de justiça na 6ª Vara de Família de Goiânia. Um recurso interposto pela advogada da família junto ao Tribunal de Justiça de Goiás suspendeu o teste de DNA. Esse tipo de medida é considerado por especialistas como protelatório e não muda o curso da ação.
A jurisprudência firmada pelo Superior Tribunal de Justiça (STJ) é cristalina no sentido da realização de exumação de restos mortais diante da negativa de colaboração da família. Há casos também em que a recusa da família em colaborar é entedida pela Justiça como presunção para reconhecimento da paternidade.
Iris deixou para os herdeiros um patrimônio milionário, composto por fazendas em Goiás, Mato Grosso e Pará, milhares de cabeças de gado e extensas plantações de soja, além de um avião King Air e imóveis de alto padrão.