A disputa pela única vaga no Senado Federal nas eleições deste ano acirrou os ânimos do senador Luiz do Carmo (sem partido), que subiu o tom em relação a Henrique Meirelles (PSD). Carmo acusa o pessedista de não assumir o posicionamento ideológico à esquerda, bem como de esconder dos eleitores goianos o vínculo com o governador de São Paulo, João Doria (PSB), do qual o anapolino é Secretário de Fazenda e Planejamento, e também com Lula (PT), pré-candidato ao Palácio do Planalto.
“Meirelles, mesmo depois de ser eleito deputado por Goiás e não assumir para ser ministro do governo PT, o mais corrupto da história, agora quer usar os goianos novamente para ser senador, escondendo que é cabo eleitoral de Lula e Dória. Agora o senhor não nos enganará mais”, disse ex-suplente de Ronaldo Caiado (União Brasil), que ocupa o cargo desde 2018, ano em que o atual governador deixou o Congresso Nacional para disputar o Palácio das Esmeraldas. Do Carmo se refere ao fato de Henrique ter sido eleito deputado federal pelo PSDB em 2002 com maior número de votos até então, 183 mil, mas ter deixado o partido e renunciado ao parlamento dois meses depois da eleição, antes mesmo da posse, para assumir a presidência do Banco Central, cargo que ocupou por anos anos, entre 2003 e 2010, durante todo o governo Lula.
“Meirelles quer vir ao Senado por Goiás. Esperamos que diga a verdade ao eleitor goiano e se assuma de esquerda. Cotado para vice de Lula, o ex-ministro se disse pronto para acompanhar o ex-condenado. Meirelles afirmou que é preciso diferenciar o Lula do PT”, acrescentou Luiz do Carmo. O ex-emedebista, que como mostrou o Jornal Opção deixou o partido por falta de espaço na chapa governista, encabeçada por Ronaldo Caiado (União Brasil) e Daniel Vilela (MDB), lamentou o apoio do Meirelles a Lula e sublinhou que isso é “uma vergonha para os goianos de bem”.
Além dos cargos ocupados nos governos petistas e tucanos, Meirelles foi Ministro da Fazenda durante o governo Michel Temer (MDB), entre os anos de 2016 e 2018. O anapolino, que fez carreira no BankBoston, nos Estados Unidos, onde trabalhou por 28 anos, já foi filiado ao PSDB (2002-2003), PMDB (2009-2011), PSD (2011-2018), MDB (2018-2021), legenda pela qual concorreu à presidência, e agora está no PSD, sigla pela qual busca uma vaga nas eleições para o Senado.
Meirelles aparece em segundo lugar na pesquisa Serpes/Acieg, divulgada dia 26 de janeiro, sobre a corrida eleitoral em Goiás, com11,1% das intenções de voto. Do Carmo, que busca a reeleição, tem 1% no mesmo levantamento, numericamente a frente apenas de Wilder Morais, que aparece com 0,9%.