A Justiça rejeitou o habeas corpus solicitado pela defesa de Wilson Pollara, ex-secretário de Saúde de Goiânia, mantendo sua prisão. A informação foi confirmada por Diogo Fleury, chefe da assessoria jurídica da Secretaria Municipal de Saúde (SMS), à TV Anhanguera nesta quinta-feira (28).
O processo segue em segredo de justiça. A defesa de Pollara aguardava a audiência de custódia, que aconteceu hoje, afirmando que considerava a prisão “desnecessária”. A detenção do ex-secretário e de outros dois ex-gestores da pasta ocorreu na manhã de quarta-feira (27). Segundo o Ministério Público de Goiás (MPGO), a SMS, sob a liderança de Pollara, mantinha relação direta com fornecedores da Fundação de Apoio ao Hospital das Clínicas (Fundahc), responsável pela gestão de três maternidades na capital, e realizava pagamentos irregulares.
O MPGO acusa Pollara, Quesede Ayres Henrique (secretário-executivo da pasta) e Bruno Vianna (diretor financeiro) de integrarem uma associação criminosa que favorecia empresas e realizava pagamentos fora da ordem cronológica, causando danos aos cofres públicos. Esse esquema agravou a crise na saúde municipal, que se reflete, por exemplo, na fila de UTIs, com mortes de pacientes à espera de vagas.
O impacto do esquema também foi sentido nas dificuldades financeiras da Fundahc, que acumula uma dívida de R$ 121,8 milhões com fornecedores e enfrenta problemas para manter o funcionamento das unidades hospitalares.
Seis pessoas morreram em Goiânia nos últimos dias por falta de vagas em UTI.