Por ter nascido com uma síndrome rara que provoca insuficiência respiratória grave, a pequena Maria Ayla Pereira Silva necessitava de suporte de oxigênio quase ininterruptamente. Seus pais recorreram à Justiça para garantir o tratamento em casa, financiado pela Prefeitura de Goiânia. Após quase um ano de luta judicial, a família conseguiu a autorização para o serviço de Home Care. No entanto, o atendimento foi interrompido apenas uma semana depois, devido à falta de repasse de verbas públicas. Infelizmente, a menina faleceu 14 dias após completar 1 ano de vida.
“Ela teve uma parada cardíaca. Eu tentei. Fiz tudo o que pude, mesmo sendo leiga nesse sentido. A gente aprende algumas coisas, mas não é como um profissional. Tentei reanimá-la, mas ela não respondia. Corremos com ela para a maternidade, mas não adiantou”, relatou a mãe, Andréia Silva Oliveira, com profunda tristeza.
A Transmedica Home Care, empresa responsável pela assistência domiciliar, explicou que os repasses financeiros da Secretaria Municipal de Saúde estavam atrasados há mais de cinco meses, totalizando uma dívida superior a R$ 4 milhões. Em nota, a empresa afirmou que a situação inviabilizou a continuidade do serviço, especialmente para pacientes de alta complexidade.
“A interrupção dos repasses comprometeu gravemente a capacidade de manter nossas operações e atender pacientes críticos. Isso gerou um impacto severo não apenas na vida dos pacientes, mas também na sustentabilidade da empresa. É urgente que as autoridades competentes tomem medidas rápidas e eficazes”, declarou a empresa.
A trágica morte de Maria Ayla evidencia os efeitos devastadores da desorganização no financiamento da saúde pública e levanta um alerta para a necessidade de maior responsabilidade e agilidade na gestão dos recursos.