O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) “tinha plena consciência e participação ativa” nos planos de golpe de Estado investigados pela Polícia Federal (PF). Um relatório da PF, divulgado por Alexandre de Moraes nesta terça-feira (26), concluiu que Bolsonaro participou da execução de ações que incluíam, entre outros objetivos, o assassinato de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e Geraldo Alckmin (PSB).
Segundo o documento: “Dando prosseguimento à execução do plano criminoso, o grupo iniciou a prática de atos clandestinos com o escopo de promover a abolição do Estado Democrático de Direito, dos quais JAIR BOLSONARO tinha plena consciência e participação ativa.”
O plano visava “subverter a ordem constitucional e inviabilizar a transição democrática de poder” por meio de ações altamente elaboradas. Um trecho do relatório aponta que Bolsonaro sabia e apoiava a elaboração e disseminação de uma carta golpista assinada por oficiais do Exército, usada como estratégia para pressionar o comando militar a aderir a uma ruptura institucional.
A PF detalha que Bolsonaro ocupava posição central nos esforços golpistas, ressaltando a gravidade das ações e sua ligação direta com os planos anticonstitucionais desde seu mandato. Uma seção específica é dedicada ao seu envolvimento.
Mensagens entre os indiciados reforçam a conexão do ex-presidente com o plano. Em uma delas, Mauro Cid escreve: “Espero que o PR não se esqueça dos que estão indo para o sacrifício”. Em seguida, ele envia um áudio: “Ele sabe o que é isso. Tomou 20 dias de cadeia como Capitão por escrever carta à Veja. Foi pra Conselho de Justificação, botaram na conta dele uma operação pra explodir Guandu. Ele sabe o que que é.”