Brasil, 25 de novembro de 2024
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Ministro da Agricultura apoia boicote de frigoríficos brasileiros ao Carrefour

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O ministro da Agricultura, Carlos Fávaro, criticou nesta segunda-feira (25) a decisão do Carrefour de suspender a compra de carnes provenientes de países do Mercosul para abastecer suas lojas na França. Em entrevista à Globonews, Fávaro classificou a medida como “protecionismo desproporcional” e apoiou o boicote anunciado pelos frigoríficos brasileiros contra a rede varejista.

Para o ministro, a decisão reflete uma posição isolada da França, enquanto outros países europeus reconhecem a relevância da carne do Mercosul no mercado global. “O Brasil tem uma agricultura robusta, com escala, volume e segurança de fornecimento. A reação é desproporcional”, argumentou.

Ele também rebateu críticas relacionadas à qualidade dos produtos brasileiros, exaltando os padrões sanitários do país. “O Brasil possui uma das melhores sanidades de alimentos no mundo. Não há comparação com a qualidade francesa”, declarou.

Fávaro manifestou apoio à decisão dos frigoríficos brasileiros de suspender a venda de carnes ao Carrefour no Brasil, incluindo redes associadas como Atacadão e Sam’s Club. “Trata-se de uma questão de soberania nacional”, afirmou. Para ele, a rede varejista não deve ser tratada de forma diferente no país. “Se para o povo francês o Carrefour não quer comprar carne brasileira, que também não compre para vender aqui no Brasil”, completou.

A suspensão foi anunciada por Alexandre Bompard, CEO do Carrefour na França, alegando que a carne do Mercosul não atende aos padrões franceses. Ele também criticou o acordo de livre-comércio entre o Mercosul e a União Europeia, apontando o temor de agricultores franceses de serem prejudicados pela concorrência com produtos importados. “Há preocupação com a chegada de carne que não atende às exigências francesas”, disse Bompard durante evento da FNSEA (Federação Nacional dos Sindicatos de Agricultores da França).

Em nota, o Ministério da Agricultura lamentou a decisão e apontou falta de critérios técnicos. O caso agrava as tensões comerciais entre Brasil e França, dificultando as negociações do acordo Mercosul-União Europeia, que enfrenta resistência em temas agrícolas e ambientais.