O governador de Goiás, Ronaldo Caiado (União Brasil), minimizou o impacto do indiciamento do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) pela Polícia Federal, em investigação sobre suposta trama golpista, afirmando que “a vida continua”. Durante o jantar de abertura da 55ª Convenção da Conib (Confederação Israelita do Brasil), em São Paulo, Caiado declarou: “E daí? A vida continua. Já são dois anos de discussões sem propostas concretas no Brasil. Eu, como governador, não posso me prender a pequenas coisas, ou não governaria”, conforme relatado pela Folha de S. Paulo.
No evento, Caiado também anunciou sua intenção de oficializar sua candidatura à Presidência da República após o Carnaval, em Salvador. Ele informou que iniciará visitas ao interior do Brasil em janeiro de 2025. Apesar de tensões anteriores, destacou sua relação de apoio a Bolsonaro, mesmo após o ex-presidente lançar um candidato contra ele nas eleições municipais em Goiânia. “Sempre apoiei, mesmo ele lançando um candidato contra mim, mas fomos vitoriosos”, disse, referindo-se à vitória de Sandro Mabel (União Brasil) sobre Fred Rodrigues (PL).
O governador do Rio de Janeiro, Cláudio Castro (PL), adotou um tom mais conciliador ao comentar o indiciamento. Ele afirmou não acreditar em intenções golpistas, mas defendeu punições para “baderneiros”. “Acredito que havia pessoas fazendo baderna, e essas devem ser punidas”, disse, reafirmando confiança na PGR (Procuradoria-Geral da República).
Já o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), enfrentando desgaste político após acusações contra o PCC, evitou a imprensa durante o evento. Em discurso, destacou a importância de Israel e da comunidade judaica para o Brasil e o mundo.
Claudio Lottenberg, presidente da Conib, insinuou que um futuro presidente da República estava entre os presentes, em aparente referência às aspirações de alguns participantes e possivelmente sinalizando um afastamento de Bolsonaro. O evento também contou com Ricardo Nunes (MDB), prefeito de São Paulo, e André Mendonça, ministro do STF.
As declarações e movimentações de Caiado sinalizam um racha na base bolsonarista, à medida que aliados do ex-mandatário buscam protagonismo na corrida presidencial de 2026. Com a proximidade do lançamento oficial de sua candidatura, Caiado tenta se posicionar como uma alternativa “moderada”, enquanto outros nomes, como Tarcísio de Freitas, também despontam como possíveis concorrentes.