Brasil, 20 de novembro de 2024
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Brasília

“Tô na posição”: Diálogos mostram tentativa de prender Moraes

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A Polícia Federal conseguiu acessar as mensagens dos celulares dos investigados em um chat privado denominado “Copa 2022”, que fazia referência ao plano para assassinar o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva.

De acordo com a Polícia Federal, o grupo de militares se posicionou nas ruas de Brasília com o intuito de executar uma “ação clandestina”, tendo como alvo o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes.

“O conteúdo das mensagens sugere que a ação estava relacionada à notícia do adiamento da votação que ocorria naquele dia no STF. No dia 15/12/2022, os ministros encerraram as atividades do plenário no início da noite”, informaram os investigadores.

A investigação revelou que os militares utilizaram um chat privado no aplicativo Signal para se comunicar de forma segura, com o nome de “Copa 2022”, que foi escolhido pelos suspeitos para se referir ao plano de assassinato de Lula, do vice-presidente Geraldo Alckmin e de Moraes.

“As mensagens trocadas no grupo do Signal indicam que a pessoa associada ao codinome ‘teixeiralafaiete230’ assumia a liderança do grupo, sendo responsável até por decidir abortar a operação em andamento”, informa o documento da Polícia Federal.

Foi o conteúdo dessas mensagens que levou à prisão de quatro militares do Exército e um policial federal, durante a Operação Contragolpe, na quinta-feira (19/11).

Nas conversas, “teixeiralafaiete230” instrui outro membro, identificado como “Áustria”, a retornar ao “local de desembarque”, indicando que ele ainda estava acompanhado de ao menos mais uma pessoa. De acordo com a PF, pelo menos seis pessoas estavam envolvidas no plano no dia 15 de dezembro de 2022.

As conversas revelam que, às 20h33 daquela noite, um dos participantes informou estar no estacionamento de um restaurante no Parque da Cidade, em Brasília.

“Estacionamento da troca da primeira vez”, escreveu um membro.

“Tô na posição”, respondeu outro membro.

“Ok. Qual a conduta?”, questionou quem estava no estacionamento.

“Aguarde”, respondeu um terceiro.

Cerca de dois minutos depois, “teixeiralafaiete230” confirmou o cancelamento da operação.

“Abortar… Áustria… volta para o local de desembarque… estamos aqui ainda…”, escreveu ele.

O relatório da Polícia Federal também revela que os suspeitos se comunicavam por meio de ligações de áudio, mas o conteúdo dessas ligações não foi recuperado.