A juíza Ana Cláudia Veloso Magalhães converteu a prisão em flagrante de Plínio Veloso Naves de Barros para prisão preventiva. Detido na quarta-feira (6), o acusado, conhecido como “sugar daddy”, é suspeito de crimes de estupro, favorecimento da prostituição, uso de falsa identidade e divulgação de material sexual. Durante a audiência de custódia, a juíza comentou: “Homem que tem coragem de estuprar uma mulher não é homem.”
A magistrada também destacou que o suspeito mora em uma das áreas mais valorizadas de Goiânia, possui cultura e poder econômico, e não poderia alegar racismo estrutural por ser branco. Ela declarou que atos como os imputados ao suspeito deveriam receber prisão perpétua: “Em um país com seriedade normativa ele nunca mais iria sair do presídio”, concluiu antes de converter a prisão.
Sobre o caso, Plínio foi preso após uma das vítimas denunciar ameaças feitas por ele. O delegado Humberto Teófilo relatou que, na quinta-feira, outras duas mulheres também foram até a Central de Flagrantes para denunciar o suspeito por constrangimento e ameaça. Um homem, cuja foto foi usada pelo acusado em um perfil falso no Instagram, também registrou queixa.
A investigação indica que Plínio teria criado três contas falsas no Instagram para atrair mulheres com promessas de dinheiro, presentes e ofertas de emprego, utilizando o modelo de relacionamento “sugar daddy”. Segundo o delegado Teófilo, ele conquistava a confiança das vítimas e, posteriormente, mantinha relações sexuais com elas em seu apartamento, frequentemente filmando os atos sem o conhecimento delas.
Quando as vítimas queriam interromper o contato, ele fazia ameaças veladas para mantê-las em silêncio. Até mesmo mulheres que não desejavam participar do esquema eram ameaçadas. Uma das vítimas, que apresentou a primeira denúncia, afirmou que foi forçada a realizar sexo oral com o acusado mais de 30 vezes. Ela relatou às autoridades que desejava pôr fim aos abusos, mas o suspeito ameaçava fazer “algo” com o filho dela e expor fotos íntimas para familiares e colegas de trabalho, deixando-a psicologicamente abalada, conforme apurado pela Polícia Civil.