Brasil, 23 de novembro de 2024
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PF conclui inquérito e indicia traficante ‘Colômbia’ como mandante das mortes de Bruno e Dom Phillips

Publicado em atualizado às 14:38

A Polícia Federal (PF) concluiu o inquérito sobre os assassinatos do indigenista Bruno Pereira e do jornalista britânico Dom Phillips, ocorridos em 5 de junho de 2022, nas proximidades da terra indígena Vale do Javari, no Amazonas. O relatório finalizado na últma sexta-feira (1º), foi divulgado nesta segunda-feira (4) e será agora encaminhado à Justiça.

Segundo a PF, a investigação confirmou que os assassinatos foram motivados pelas atividades de fiscalização realizadas por Bruno, que trabalhava em defesa do meio ambiente e dos direitos dos povos indígenas da região. A atuação de Bruno era vista como um obstáculo para interesses ilícitos de invasores e exploradores ilegais, o que teria levado à decisão de cometer os crimes.

O inquérito também indiciou o mandante do crime e outras oito pessoas envolvidas nas mortes de Bruno e Dom. Conforme apontado pela PF, o mandante forneceu os cartuchos das armas usadas, financiou a ação e “interferiu na colaboração para a ocultação dos cadáveres”. Os outros indiciados desempenharam papéis tanto na execução dos homicídios quanto no ocultamento dos corpos das vítimas.

Relembre o caso

Bruno Pereira, servidor licenciado da Fundação Nacional dos Povos Indígenas (Funai), recebia diversas ameaças devido ao trabalho que realizava contra invasores, pescadores, garimpeiros e madeireiros. No momento do crime, ele acompanhava Dom Phillips, que estava na região para produzir uma reportagem sobre o Vale do Javari, conhecido por abrigar a maior quantidade de indígenas isolados do mundo.

Os dois foram vistos pela última vez em 5 de junho de 2022, e, após cerca de 10 dias de buscas, seus restos mortais foram encontrados. Os corpos apresentavam sinais de violência, incluindo queimaduras, esquartejamento e marcas de tiros. A PF também investigou um possível esquema de lavagem de dinheiro para o narcotráfico, suspeitando que o mandante do crime teria posto um “preço” pela morte de Bruno.